sexta-feira, 26 de abril de 2013
sexta-feira, 19 de abril de 2013
PEQUENO POEMA COM DÉBORA DI SÁ
Cantora, compositora, atriz e
acrobata, Débora di Sá estreia segunda (22/04), às 21 horas, no Centro
Municipal de Cultura Goiânia Ouro, o espetáculo Pequeno Projeto de Poema
Franco, que envolve teatro, música e circo. Os atores Diogo Aguiar e Marcelo di
Castro fazem participação especial. O
show será gravado em DVD.
Sempre muito versátil, Débora
canta, interpreta seus personagens e utiliza
suas habilidades acrobáticas na lira, no trapézio e no tecido para falar
de amor. O espetáculo, segundo ela, discute as desilusões amorosas, a busca da
autoestima e o recomeço de um novo amor.
Banda formada por Nonato Mendes
(baixista, arranjador e direção musical), Jader Steter (bateria) e Diones
Correntino (piano) acompanham a cantora,
que assina a direção geral do espetáculo.
Serviço
Espetáculo: Pequeno Projeto de
Poema Franco
Texto e direção: Débora di Sá
Direção musical: Nonato Mendes
Elenco: Débora di Sá, Diogo Aguiar e Marcelo di
Castro
Data: 22 de abril (segunda)
Horário: 21 horas
Local: Teatro Goiânia Ouro (Rua
3, esq. c/ 9, Centro. Telefone: 3524-2540)
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
quinta-feira, 18 de abril de 2013
3º
NA PONTA DO NARIZ – FESTIVAL DE PALHAÇOS
PROMESSA DE MUITOS RISOS
Considerado um dos palhaços
mais espetaculares do mundo, o norte americano Avner Eisenberg é uma das
atrações do 3º Na Ponta do Nariz – Festival Internacional de Palhaços, promovido
pelo Grupo Bastet. A abertura será amanhã (19/04), às 17 horas, com uma grande Palhaceata saindo da
Praça Cívica rumo à Praça Universitária.
A Palhaceata 2013 será realizada em bicicletas e pretende
transformar-se em um manifesto ambiental,
quando todas as pessoas serão convidadas a abandonar seus carros, e adotar a
bicicleta como meio de transporte.
A programação do 3º Na Ponta do Nariz
estende-se até o 4 de maio, com cinco espetáculos, curso de formação de atores,
oficinas e exibição de filmes enfocando a figura do clown. A Palhaçaria será
uma feira aonde as pessoas poderão comercializar produtos cênicos.
Oficialmente, a
mostra será aberta pelo Grupo de Teatro Bastet, anfitrião do festival, sábado,
às 20 horas, no Teatro Goiânia, com a peça Vamos a La Praia. O grupo retorna ao
palco no domingo, no mesmo horário.
O Outro Lado da
Estória, com o
Grupo Improvisórios (GO), está programado para o dia 26 de abril (sexta), às 20
horas, no Teatro Goiânia Ouro. No dia 27 de abril (sábado), o Grupo Teatro
Zabriskie apresenta a peça infantil Segredos,
às 20 horas, no Teatro Goiânia Ouro.
Convidado especial, o
palhaço Aver Eisenberg vai ocupar o palco do Teatro SESI com o espetáculo Exceções
à Gravidade, no dia 3 de maio (sexta), às 20 horas. A história gira em
torno de um palhaço que precisa ser amado e só tem cinco minutos. Para
conquistar sua amada, ele dança com copos empilhados, come papel e vomita
flores, coloca a escada no queixo, e faz outras estripulias no palco
O 3º Cabaré Na Ponta
do Nariz encerra a programação. A festa, que vai reunir convidados, produtores,
artistas, oficineiros e plateia, será realizada
no dia 4 de maio, a partir das 22 horas, no Café Teatro do Centro Municipal de
Cultura Goiânia Ouro.
Oficinas e curso
As oficinas e cursos
oferecidos pelo 3º Na Ponta do Nariz serão oferecidos de 22 a 26 de abril
(segunda a sexta), das 8 às 12 horas, no Circo Loninha do CEP Basileu França,
no Setor Universitário. O palhaço mestre Avner Eisenberg, compartilha
sua experiência com os atores de Goiânia de 1º a 5 de maio, no Teatro CCBEU.
Serviço
19/04 – Palhaceata
- Praça Cívica à Praça Universitária,
18h às 19h
20/04 a 04/05 - CineClown
- mostra de filmes raros de palhaços. Exibição após a apresentação de cada
espetáculo
20 e 21/04 - Vamos
a la Praia, Grupo Bastet, Teatro Goiânia, 20h
22 a 26/04 - Oficina
de Técnicas Circenses, Circo Loninha do CEP Basileu França, 8h às 12h
26/04 – Outro Lado da Estória, Grupo
Improvisórios, Teatro Goiânia Ouro, 20h
27/04 – Segredos,
Grupo Zabriskie, Teatro Goiânia Ouro,
20h
28/04 - Oficina do
Riso c/ Thiago Moura, Sesc da rua 19, Centro
29 e 30 /04 - Workshop
Da Commedia dell'arte ao Nariz do Palhaço, c/ Andrea Pita, Sesc da rua 19,
no Centro
01 a 05/05 – Curso Intensivo Freeze: Fight, Flight, or Fidge, c/Avner
Eisenberg, noTeatro CCBEU
03/05 - Palhaçaria -
18h às 22h, no foyer do Teatro Sesi
03/05- Exceções
à Gravidade, Avner Eisenberg (USA), Teatro Sesi, às 20h
04/05 - Mercado de
Bobagens - 20h às 24h, no saguão do Teatro Goiânia Ouro
04/05 - 3º Cabaré
Na Ponta do Nariz e Show de encerramento, 22h, CaféTeatro do Teatro Goiânia
Ouro.
Informações: www.grupobastet.com.br
e www.napontadonariz.com
ANIMAÇÃO NO
GALINHEIRO
Sucesso
no cinema, o espetáculo A Fuga das Galinhas chega ao palco do teatro sob a
direção de Henrique Camargo. Em sessão
única no dia 28 de abril (domingo), às 16 horas, no Teatro Madre Esperança
Garrido, a Cia. Henrique Camargo apresenta o musical que percorreu várias cidades.
Alegre
e colorido, A Fuga das Galinhas se passa na Granja dos Tweedy, na Inglaterra.
As galinhas que não conseguem botar um ovo até o café da manhã são servidas no
jantar. Temerosas, elas começam a armar um plano de fuga para escapar da morte.
Tem início uma grande agitação no
galinheiro para escapar das garras afiadas da dona da granja. Vai voar pena
para todo lado.
Experiente
na condução de musicais infantis, Henrique Camargo cerca-se de bons profissionais
cenotécnicos, figurinistas e músicos para criar espetáculos mágicos que encantam
a garotada. Entre as montagens destacam-se O Corcunda de Notre Dame, Mary Poppins, O Descobrimento do
Brasil e Os Três Mosqueteiros.
Serviço
Espetáculo: A Fuga das Galinhas
Direção Artística: Henrique Camargo
Elenco: Aline Freire, Juliana Hernandes, Marcelo di
Castro, Mirelle Araujo, Rafael Guimarães, Raquel Felisberto, Rhuan di Carvalho,
Urânia Lima e Victor Baliane
Data: 28/04 (domingo)
Horário:
16h
Local:
Teatro Madre Esperança Garrido do
Colégio Santo Agostinho (Av. Contorno, nº 63, Centro - em frente ao Parque Mutirama). Telefones:
3223-1326/3223-1328)
Ingressos:
R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). Estudantes, idosos e assinantes do Popular pagam meia entrada
Classificação
etária: Livre
terça-feira, 16 de abril de 2013
sexta-feira, 12 de abril de 2013
CIA OOPS!.. ESTREIA NOVO
ESPETÁCULO DE RUA
Cia. Oops!.. |
A
comédia Mateus e Mateusa é o novo espetáculo que a Cia. Oops!.. apresenta de 18
a 20 de abril, no Parque Campininha das Flores (Campinas) e Bosque dos Buritis
(Setor Oeste). Produzida com o patrocínio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura,
a peça resgata a obra de Qorpo-Santo, dramaturgo gaúcho do século 19.
Mateus
e Mateusa é um casal octogenário,
que após 50 anos de união, vive em pé de guerra. Cansados um do outro,
acusam-se mutuamente de abandono. De um modo quase farsesco, a peça aborda a
convivência familiar, o consumismo e a futilidade. Eles são pais de Odara e Odessa,
duas mulheres que disputam a atenção do velho e rico pai. “A semelhança dos nomes
das personagens sugere Mateus e Mateusa / Odara e Odessa são apenas faces de
uma mesma moeda. A esta semelhança nos leva a percepção
bruta do destino humano irremediável, absurdo e cômico de que na verdade somos aquilo que mais odiamos”, explica
o diretor João Bosco Amaral.
Os próprios atores executam a trilha
sonora.
Serviço
Espetáculo: Mateus e
Mateusa
Texto: Qorpo Santo
Direção, concepção e
preparação de elenco: João Bosco Amaral
Elenco: Cia. Oops!..
Local: Parque Campininha
das Flores, às 18 e às 19 horas, dias 18 e 19 de abril (quinta e sexta) e
Bosque dos Buritis, às 9 e às 10 horas, dia 20 de abril (sábado)
Entrada franca
NOVO MUSICAL DE LUIZ ROBERTO PINHEIRO
Aladdin e a Lâmpada Maravilhosa |
Após temporada em Aracaju e
Salvador, o musical Aladdin e a Lâmpada Maravilhosa faz uma sessão domingo, às 14 horas, no Teatro
Goiânia. O espetáculo que apresenta-se dentro do Projeto Escola, segue para uma
turnê em Campinas e Ribeirão Preto. O encerramento será em Brasília.
O mundo mágico de Aladdin –
tapetes voadores, lâmpadas mágicas, camelos e outros elementos pinçados do
conto árabe das Mil e Uma Noites são recriados pela equipe do diretor.
Na produção, Luiz Roberto investe
em tecnologia de ponta para tornar ainda mais fascinante o universo das mil e
uma noites. Cenários virtuais, cortinas feitas com lâmpadas de led, canhões de
raio laser, tapete voador e um enorme elefante arrebatam a garotada. Teatro de marionetes é a
novidade inserida pelo nesta montagem, estrelada pelos atores Marcos Paulo
(Aladdin) e Amanda Constantino (Jasmine).
Serviço
Espetáculo: Aladdin e a Lâmpada Maravilhosa
Direção: Luiz Roberto Pinheiro
Elenco: Marcos Paulo (Aladdin), Amanda Constantino
(Jasmine), Jhony Marinho (Jafar), Fábio D’Brito (Gênio) e outros
Dia: 14 de abril (domingo)
Horário: 17 horas
Local: Teatro
Goiânia, Av. Tocantins, esq. c/ Rua 23, Centro.
Ingresso: R$ 30
(meia) e R$ 60 (inteira). Assinante do Popular tem desconto de 50% na compra de
dois ingressos
Classificação etária: Livre
Foto: Bruno Karim
quinta-feira, 11 de abril de 2013
FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA 2013
ESPAÇO PARA TODOS OS GÊNEROS TEATRAIS
Na Semana Santa fui ao Festival de Teatro de Curitiba como faço desde 1997. Foram poucos dias, mas de grande proveito, pois lá tenho a oportunidade de ver de perto o burburinho e a movimentação do maior evento de teatro da América Latina. Vitrine ampla e diversificada, o festival permite ao espectador assistir a todos os gêneros teatrais (comédia, drama, tragédia, infantil, improviso, dança, rua) as experimentações e o repertório de novos dramaturgos. Isso sem as mostras que este ano contemplou a Bahia. Há espaço para tudo e todos, venham e onde vierem. A diversidade é imensa. É difícil escolher os espetáculos.
A 22ª edição do Festival de Curitiba reuniu de 28 de março a 7 de abril, 32 espetáculos na Mostra Oficial (nove estreias), selecionados pelos curadores Celso Cury, Tânia Brandão e Lúcia Camargo, especialistas e críticos. No Fringe, mostra paralela que abre espaço para coletivos de todo o País e do exterior, foram cerca de 400 peças apresentadas em teatros, praças, avenidas, parques e outros espaços da cidade.
Todas as vertentes teatrais estão se encontram e são representadas democraticamente. Muitos atores e diretores vão na esperança de abrir novos caminhos para seus trabalhos. Há de tudo no Fringe: textos consagrados, produções experimentais e inovadoras, fábulas, monólogos, e outras possibilidades artísticas. Não há competição. O que importa é estar em cartaz, ser visto , comentado.
Apesar do pouco tempo, pude assistir a um bom número de espetáculos. Entre os que gostei da Mostra Oficial estão Uma Noite Na Lua, A Marca da Água e O Espelho. Deixaram muito a desejar A Arte e a Maneira de Abordar Seu Chefe Para Pedir um Aumento, de Marco Nanini e Hamlet, do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, de Natal (RN).
Com dramaturgia, música original, iluminação e direção de João Falcão, Uma Noite na Lua é considerado um dos melhores espetáculos do pernambucano. Foi produzido pela primeira vez pelo ator Marco Nanini em 1998. Para a remontagem, o convidado é o jovem ator Gregório Duvivier. Trata-se da história de um dramaturgo sem nenhum título publicado que luta para concluir uma peça. Desesperado, ele não sabe como começar o texto. Conversa o tempo todo com a mulher Berenice em busca de inspiração. Mas, Berenice é apenas um personagem fictício. Talentoso, Duvivier segura bem a solidão do personagem interagindo com a luz e a música, seus personagens imaginários. Imperdível.
Sucesso da Armazém Cia. De Teatro, uma das mais importantes companhias do País, A Marca da Água, de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes, resgata memórias de uma forma surreal. O texto remete as lembranças de tragédias familiares. Aos 40 anos, Laura (Patrícia Selonk em ótima atuação) é surpreendida por um enorme peixe no jardim de sua casa. O episódio desencadeia em Laura sintomas de uma antiga doença neurológica, potencializada por uma música que está apenas na sua cabeça. Bem produzida, bem dirigida por Paulo de Moraes, a peça arrebata o espectador.
Concepção , dramaturgia e direção de Cristiane Zuan Esteves, o espetáculo O Espelho mexe com as emoções e lembranças de infância de atores e espectadores. Montada ao ar livre no Parque do Papa João Paulo II, a peça é apresentada como um gostoso piquenique. Enquanto os convidados degustam as guloseimas do café da tarde (bolos, biscoitos, chá, café) as atrizes iniciam a conversa descontraidamente. São memórias da casa da vovó, os cheiros, os encontros familiares, as brincadeiras infantis, o perfume do jardim como as fotos antigas dos álbuns amarelados pelo tempo. Tudo dentro de uma atmosfera de encantamento. O texto vai sendo costurado por cada uma delas com suas próprias recordações. Impossível o espectador ficar indiferente ao seu próprio universo familiar, e contextualizar a sua própria vivência. Músicas antigas servem de fundo musical. Com simplicidade Cristiane Zuan construiu um espetáculo emocionante, envolvente. Lindo mesmo.
NADA BOM
O mesmo não se pode dizer do espetáculo A Arte e a Maneira de Abordar Seu Chefe para Pedir um Aumento, de Georges Perec. Um dos grandes atores de teatro, do cinema e da TV, Marco Nanini está muito acima do texto repetitivo e chato de Perec. Dirigido por Guel Arraes, o espetáculo tem um cenário interessante, projeções em vídeo e agilidade. Mas, não é só o título que remete a uma palestra de autoajuda. O texto daquelas que a gente foge de tão chata. Mas é sempre bom ver Nanini no palco.
Em 2011, o Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, de Natal (RN) surpreendeu o Festival de Teatro de Curitiba com a peça Ricardo III, clássico de Shakespeare adaptado para a rua. Dirigido por Gabriel Vilela, a produção ganhou linguagem popular e figurinos de encher os olhos. Este ano, o grupo retornou ao festival com Hamlet, o clássico dos clássicos do bardo inglês, sob a direção de Márcio Aurélio. Com um texto mais enxuto, linguagem moderna, figurinos e cenários atuais, o Hamlet contemporâneo do grupo potiguar não emplacou. Dava a impressão que os atores não se adaptaram ao palco italiano do Teatro Bom Jesus.
Gregório Duvivier |
ESPAÇO PARA TODOS OS GÊNEROS TEATRAIS
Na Semana Santa fui ao Festival de Teatro de Curitiba como faço desde 1997. Foram poucos dias, mas de grande proveito, pois lá tenho a oportunidade de ver de perto o burburinho e a movimentação do maior evento de teatro da América Latina. Vitrine ampla e diversificada, o festival permite ao espectador assistir a todos os gêneros teatrais (comédia, drama, tragédia, infantil, improviso, dança, rua) as experimentações e o repertório de novos dramaturgos. Isso sem as mostras que este ano contemplou a Bahia. Há espaço para tudo e todos, venham e onde vierem. A diversidade é imensa. É difícil escolher os espetáculos.
A 22ª edição do Festival de Curitiba reuniu de 28 de março a 7 de abril, 32 espetáculos na Mostra Oficial (nove estreias), selecionados pelos curadores Celso Cury, Tânia Brandão e Lúcia Camargo, especialistas e críticos. No Fringe, mostra paralela que abre espaço para coletivos de todo o País e do exterior, foram cerca de 400 peças apresentadas em teatros, praças, avenidas, parques e outros espaços da cidade.
Todas as vertentes teatrais estão se encontram e são representadas democraticamente. Muitos atores e diretores vão na esperança de abrir novos caminhos para seus trabalhos. Há de tudo no Fringe: textos consagrados, produções experimentais e inovadoras, fábulas, monólogos, e outras possibilidades artísticas. Não há competição. O que importa é estar em cartaz, ser visto , comentado.
Apesar do pouco tempo, pude assistir a um bom número de espetáculos. Entre os que gostei da Mostra Oficial estão Uma Noite Na Lua, A Marca da Água e O Espelho. Deixaram muito a desejar A Arte e a Maneira de Abordar Seu Chefe Para Pedir um Aumento, de Marco Nanini e Hamlet, do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, de Natal (RN).
Com dramaturgia, música original, iluminação e direção de João Falcão, Uma Noite na Lua é considerado um dos melhores espetáculos do pernambucano. Foi produzido pela primeira vez pelo ator Marco Nanini em 1998. Para a remontagem, o convidado é o jovem ator Gregório Duvivier. Trata-se da história de um dramaturgo sem nenhum título publicado que luta para concluir uma peça. Desesperado, ele não sabe como começar o texto. Conversa o tempo todo com a mulher Berenice em busca de inspiração. Mas, Berenice é apenas um personagem fictício. Talentoso, Duvivier segura bem a solidão do personagem interagindo com a luz e a música, seus personagens imaginários. Imperdível.
Sucesso da Armazém Cia. De Teatro, uma das mais importantes companhias do País, A Marca da Água, de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes, resgata memórias de uma forma surreal. O texto remete as lembranças de tragédias familiares. Aos 40 anos, Laura (Patrícia Selonk em ótima atuação) é surpreendida por um enorme peixe no jardim de sua casa. O episódio desencadeia em Laura sintomas de uma antiga doença neurológica, potencializada por uma música que está apenas na sua cabeça. Bem produzida, bem dirigida por Paulo de Moraes, a peça arrebata o espectador.
O Espelho |
Concepção , dramaturgia e direção de Cristiane Zuan Esteves, o espetáculo O Espelho mexe com as emoções e lembranças de infância de atores e espectadores. Montada ao ar livre no Parque do Papa João Paulo II, a peça é apresentada como um gostoso piquenique. Enquanto os convidados degustam as guloseimas do café da tarde (bolos, biscoitos, chá, café) as atrizes iniciam a conversa descontraidamente. São memórias da casa da vovó, os cheiros, os encontros familiares, as brincadeiras infantis, o perfume do jardim como as fotos antigas dos álbuns amarelados pelo tempo. Tudo dentro de uma atmosfera de encantamento. O texto vai sendo costurado por cada uma delas com suas próprias recordações. Impossível o espectador ficar indiferente ao seu próprio universo familiar, e contextualizar a sua própria vivência. Músicas antigas servem de fundo musical. Com simplicidade Cristiane Zuan construiu um espetáculo emocionante, envolvente. Lindo mesmo.
NADA BOM
Marco Nanini |
O mesmo não se pode dizer do espetáculo A Arte e a Maneira de Abordar Seu Chefe para Pedir um Aumento, de Georges Perec. Um dos grandes atores de teatro, do cinema e da TV, Marco Nanini está muito acima do texto repetitivo e chato de Perec. Dirigido por Guel Arraes, o espetáculo tem um cenário interessante, projeções em vídeo e agilidade. Mas, não é só o título que remete a uma palestra de autoajuda. O texto daquelas que a gente foge de tão chata. Mas é sempre bom ver Nanini no palco.
Em 2011, o Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, de Natal (RN) surpreendeu o Festival de Teatro de Curitiba com a peça Ricardo III, clássico de Shakespeare adaptado para a rua. Dirigido por Gabriel Vilela, a produção ganhou linguagem popular e figurinos de encher os olhos. Este ano, o grupo retornou ao festival com Hamlet, o clássico dos clássicos do bardo inglês, sob a direção de Márcio Aurélio. Com um texto mais enxuto, linguagem moderna, figurinos e cenários atuais, o Hamlet contemporâneo do grupo potiguar não emplacou. Dava a impressão que os atores não se adaptaram ao palco italiano do Teatro Bom Jesus.
NO FRINGE PODE ESTAR AS MELHORES PEÇAS
Dentre a infinidade de peças em cartaz dentro do Fringe, destaco três 1325, Resíduo Drummond e Pólvora e Poesia. O título pode parecer estranho. Mas 1325 tem um significado especial. Trata-se do número da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que exorta os estados membros a inclusão das mulheres na construção e manutenção da paz no mundo. Livremente inspirado na obra coletiva 1325 Mujeres Tejiendo la Paz, dirigida por Manuela Mesa Peinado, editada pela Fundación Cultura de Paz (Madri), o espetáculo da Peripécia Teatro, de Portugal. A criação teatral dos atores Ángel Fragua, Noelia Dominguez e Sérgio Agostinho destaca, sob o olhar feminino, os conflitos armados em países da África, Oriente Médio e Europa.
Construído com 1325 peças de roupas velhas amarradas como se fossem almofadas, os objetos vão sendo arrumadas no palco como se fosse o mapa de cada país. O sofrimento das mulheres subjugadas, violentadas, desprezadas, que veem seus filhos morrerem todos os dias é o foco principal da peça que esteve em Portugal, Argentina e São Paulo, antes de chegar a Curitiba. Sensível e tocante, a peça destaca a atuação da polonesa que salvou 2.500 crianças judias do gueto de Varsóvia na Segunda Guerra Mundial. “O que seria da África sem suas mulheres” perguntam os atores. Elas são responsáveis pelo sustento da casa, pelo cuidado com as crianças, enquanto os maridos lutam nos inúmeros conflitos pela terra. Guerras no Oriente Médio, preconceito, violência em outras partes do mundo também compõem o emocionante relato teatral dos portugueses, relegados ao pequeno teatro da Universidade Federal do Paraná.
Uma das sete peças da Mostra Baiana no Fringe selecionadas pelo ator Wagner Moura, Pólvora e Poesia narra o confronto entre a razão, a paixão e a vida desregrada de dois dos maiores poetas franceses: Arthur Rimbaud e Paul Verlaine. A dramaturgia de Alcides Nogueira traz à tona o conturbado romance de duas fortes personalidades. Dirigidos por Fernando Guerreiro, os atores Caio Rodrigo e Talis Castro seguram muito bem o embate de Rimbaud/Verlaine recheado de paixão, culpa, rebeldia e desprezo.
Baseado na obra de Carlos Drummond de Andrade, Resíduo Drummond foge ao esquema convencional da simples declamação. O ator Maurício Soares Filho recortou poemas, crônicas e contos que traduzem a perplexidade do poeta mineiro diante do mundo. Maurício interpreta cada verso com muita autenticidade, utiliza bem a luz, os sons, e objetos cênicos, instigando o espectador a vivenciar cada história. Projeções de slides com matérias publicadas em jornais cariocas pelo autor, como a de uma enchente no Rio de Janeiro que desabrigou centenas de pessoas, servem como pano de fundo para o ator que esmera no seu papel de intérprete. Responder Encaminhar
Peripécia Teatro - Portugal |
Dentre a infinidade de peças em cartaz dentro do Fringe, destaco três 1325, Resíduo Drummond e Pólvora e Poesia. O título pode parecer estranho. Mas 1325 tem um significado especial. Trata-se do número da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que exorta os estados membros a inclusão das mulheres na construção e manutenção da paz no mundo. Livremente inspirado na obra coletiva 1325 Mujeres Tejiendo la Paz, dirigida por Manuela Mesa Peinado, editada pela Fundación Cultura de Paz (Madri), o espetáculo da Peripécia Teatro, de Portugal. A criação teatral dos atores Ángel Fragua, Noelia Dominguez e Sérgio Agostinho destaca, sob o olhar feminino, os conflitos armados em países da África, Oriente Médio e Europa.
Construído com 1325 peças de roupas velhas amarradas como se fossem almofadas, os objetos vão sendo arrumadas no palco como se fosse o mapa de cada país. O sofrimento das mulheres subjugadas, violentadas, desprezadas, que veem seus filhos morrerem todos os dias é o foco principal da peça que esteve em Portugal, Argentina e São Paulo, antes de chegar a Curitiba. Sensível e tocante, a peça destaca a atuação da polonesa que salvou 2.500 crianças judias do gueto de Varsóvia na Segunda Guerra Mundial. “O que seria da África sem suas mulheres” perguntam os atores. Elas são responsáveis pelo sustento da casa, pelo cuidado com as crianças, enquanto os maridos lutam nos inúmeros conflitos pela terra. Guerras no Oriente Médio, preconceito, violência em outras partes do mundo também compõem o emocionante relato teatral dos portugueses, relegados ao pequeno teatro da Universidade Federal do Paraná.
Uma das sete peças da Mostra Baiana no Fringe selecionadas pelo ator Wagner Moura, Pólvora e Poesia narra o confronto entre a razão, a paixão e a vida desregrada de dois dos maiores poetas franceses: Arthur Rimbaud e Paul Verlaine. A dramaturgia de Alcides Nogueira traz à tona o conturbado romance de duas fortes personalidades. Dirigidos por Fernando Guerreiro, os atores Caio Rodrigo e Talis Castro seguram muito bem o embate de Rimbaud/Verlaine recheado de paixão, culpa, rebeldia e desprezo.
Baseado na obra de Carlos Drummond de Andrade, Resíduo Drummond foge ao esquema convencional da simples declamação. O ator Maurício Soares Filho recortou poemas, crônicas e contos que traduzem a perplexidade do poeta mineiro diante do mundo. Maurício interpreta cada verso com muita autenticidade, utiliza bem a luz, os sons, e objetos cênicos, instigando o espectador a vivenciar cada história. Projeções de slides com matérias publicadas em jornais cariocas pelo autor, como a de uma enchente no Rio de Janeiro que desabrigou centenas de pessoas, servem como pano de fundo para o ator que esmera no seu papel de intérprete. Responder Encaminhar
sexta-feira, 5 de abril de 2013
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