domingo, 29 de dezembro de 2013

EM 2013


FOI  MAL

- Divulgação fraca e os dois atos do Festival de Artes Cênicas Goiânia em Cena
-O fracasso das apresentações dos espetáculos goianos no segundo ato do Goiânia em Cena
- A reabertura pífia do Centro Cultural Martim Cererê com shows de rock
-Atraso do edital da Lei Municipal de Cultura, dificultando a captação de recursos para novas produções
  
FOI BEM

- Festival  Aldeia Diabo Velho, do SESC Goiás, cuja programação de qualidade, incluindo estreias de produções locais, desbancou o Festival de Artes Cênicas Goiânia em Cena
- Festivais Na Ponta do Nariz, Sonhus Ritual, Paralelo 16 (dança)        
- A Volta de Sandro di Lima à direção teatral
-  Concepção  cenográfica, figurinos e iluminação do espetáculo Por 7 Vezes da Quasar Cia. De Dança
- A criação do Ponto de Cultura da Cia. Novo Ato, no Setor Urias Magalhães
- A criação do Ponto de Cultura do Teatro Sonhus  Ritual, no Lyceu de Goiânia
- Liberação mesmo com atraso dos recursos do Fundo Estadual de Cultura
- Criação do Núcleo Coreográfico do SESI para a formação de novos coreógrafos
  


       PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DAS ARTES CÊNICAS EM 2013
Tainara Carareto e Gabriel Côrtes: Segundo




Não é fácil organizar uma lista de melhores e piores espetáculos. As opiniões sempre se dividem, e a lista agrada a uns e desagrada a outros. Por isso, optei por apontar pontos positivos e negativos das artes cênicas em Goiânia no ano que termina.  É sempre importante registrar os bons  momentos, os acontecimentos relevantes e os espetáculos que valeram a pena assistir. Os que decepcionaram, evidentemente, ficam de fora.

Os festivais de teatro foram a vedete do ano. Conquistaram espaço na mídia e  levaram enormes plateias  aos espaços teatrais, praças, parques, ruas e avenidas. Organizados por grupos independentes, como o Grupo Bastet com o seu divertido festival Na Ponta do Nariz e a Galhofada, organizada por um grupo de artistas comandados por Marcos Lotufo, da Oficina Cultural Geppetto,  os eventos se consolidam como ótimas opções para os grupos, atores e produtores, conquistando públicos ávidos por novidades. No decorrer os festivais, são oferecidas oficinas, workshops, debates, lançamento de livros, exposições e feiras. Além disso, há grande integração de artistas de várias partes do País e até do exterior. 


  
Diabo Velho   
A temporada 2013 começou morna com uma apresentação aqui outra ali, sem prometer coisa boa. O mau prenúncio dissipou-se  quando o SESC Goiás divulgou a programação da segunda edição do festival Aldeia Diabo Velho, apresentando estreias interessantes de artistas goianos e espetáculos de qualidade da cena nacional, como o Grupo Galpão, com o espetáculo de rua Os Gigantes da Montanha. Promovido pela instituição do comércio, o evento surpreendeu. Com orçamento folgado e curadores experientes, obteve um resultado altamente positivo.

Outras surpresas viriam a seguir. Entre elas, os festivais do Grupo Sonhus Ritual (teatro) e Paralelo 16 (Dança), ambos com diversidades de estilos e linguagens.  A decepção ficou ponta do tradicional Festival de Artes Cênicas Goiânia em Cena.  Dividido em dois atos, o evento “deixou” para dezembro os espetáculos de Goiânia. Prejudicados pela precária divulgação e a chuva que caiu durante todo o mês, as produções receberam pouca atenção do público. Organizadora do festival, a Secretaria Municipal de Cultura fez suspense sobre a grade de programação, segurou o programa de divulgação e apostou no boca a boca.  A demora prejudicou a divulgação,  e o público não apareceu na maioria dos espetáculos.  

Adiada inúmeras vezes e aguardada com expectativa, a reabertura do Centro Cultural Martim Cererê  decepcionou a classe teatral. Aberto o  portão, constatou-se a “maquiagem”  feita no simpático espaço cultural, entregue novamente às bandas de rock. Reaberto a duras penas, o Teatro Goiânia é a visão mais triste da cultura goiana. Mais querido teatro de Goiânia, o espaço tem funcionado quase na “marra” sem equipamentos adequados e com número reduzido de servidores. A falta de estacionamento é outro problema insolúvel que acaba afastando o espectador e a programação não tem  proporcionado grandes momentos. A tão festejada  Vila Cultural que deveria contribuir para melhorar a imagem do espaço até agora não mostrou grande serventia.
              Que venha 2014 com muitas atrações, alegria e diversão.
                          O teatro agradece.   

DESTAQUE   
    
TEATRO
- A Lição, Eugène Ionesco, Cia. Cênica Nossa Senhora dos Conflitos
- Olga, Teatro GTI – Núcleo de Investigação Cênica
-  Travesseiro, Grupo Arte & Fatos,  Danilo Alencar

DANÇA
-  Segundo, Tainara Carareto e Gabriel Côrtes
- Por 7 Vezes, Henrique Rodovalho,  Quasar Cia.de Dança
- Rockin  Corpo,  Marcos Bonfiglioli,  Das Los Cia. De Dança

REVELAÇÃO
- Bailarinos Tainara Carareto e Gabriel Côrtes em Segundo

ATOR
- Ivan Lima, Don Fernando

ATRIZ
- Valéria Liveira, Olga

DIREÇÃO
- Sandro di Lima, A Lição

TRILHA SONORA
- Ney Couteiro, Travesseiro

FIGURINO
-Cássio Brasil, Por 7 Vezes – Quasar Cia. De Dança

CENOGRAFIA
-Shell  Júnior, Por 7 Vezes – Quasar Cia. De Dança

ILUMINAÇÃO
- Henrique Rodovalho, Por 7 Vezes, Quasar Cia. De Dança


Foto: Lu Barcelos 
Colaboração: Gilson P.Borges/Marci Dornelas


          
 IMPORTÂNCIA DO AUTOR

Valéria Liveira em Olga, de Miguel Jorge
 
  
 Para uma peça ser levada ao palco, o autor é fundamental . Sem texto é impossível a existência do espetáculo. Infelizmente, os autores de textos  de teatro (dramaturgos) têm sido amplamente ignorados.  O destaque quase sempre fica em cima do ator ou do grupo, quando muito o diretor nas matérias impressas nos jornais, sites e até releases.


Exemplo disso (para ficar num só): o nome do escritor, dramaturgo e crítico de arte Miguel Jorge como  autor do monólogo Olga, levado ao palco pelo Teatro GTI – Núcleo de Investigação Cênica, não foi citado em várias  matérias jornalísticas. O espetáculo é dirigido por Bruno Peixoto e Edson de Oliveira. Um descuido imperdoável.     

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

BARBARA HELIODORA ANUNCIA QUE VAI PARAR DE ESCREVER CRÍTICAS


Por Michel Ferrabbiamo

Com 90 anos de idade, Barbara Heliodora se diz cansada e anuncia que deixará de escrever críticas à partir de 2014. Sua saída foi acertada a cerca de três meses e ela passará a escrever apenas eventualmente, mas não críticas. Quer escrever sobre teatro e se dedicar às traduções clássicas.

Barbara Heliodora se tornou uma das maiores especialistas em Shakespeare, publicou livros sobre o bardo autor, como Falando de Shakespeare (Perspectiva) e O Homem Político em Shakespeare (Agir). Entre suas obras, também está a coletânea de críticas Barbara Heliodora – Escritos sobre Teatro (Perspectiva), lançada em 2007, com organização de Claudia Braga.

"Chega uma hora que cansa. Tenho visto muita coisa que queria sair no meio e não posso. Então, é melhor não ver mais. Quando a gente vê uma coisa boa é ótimo. Mas este ano foi fraco, apesar de ter tido algumas poucas peças muito boas" diz ela.

Barbara Heliodora prepara sua última crítica que poderá ser sobre o adeus.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

             BARBARA HELIODORA – CAMINHOS DO TEATRO OCIDENTAL


  
     Especialista na obra de William Shakespeare, respeitada crítica de teatro do jornal O Globo,  Barbara Heliodora acaba de lançar o livro Caminhos do Teatro Ocidental (Editora Perspectiva/Solar do Rosário), obra que reúne suas aulas de História do Teatro no antigo Conservatório de Teatro, atual curso de Teatro da UniRio.
      
    Caminhos do Teatro Ocidental  abrange  a história do teatro desde a Grécia Antiga,  passa por Roma, Idade Média, o Renascimento na Itália e na Espanha, as cenas artísticas na Inglaterra e na França, as modificações provocadas com a ascensão da burguesia no século XVIII, o surgimento do romantismo, o realismo. De Aristóteles e Eurípedes,  Lope de Veja e Maquiavel, Molière e Shakespeare, até  Tchekov, Strindberg e Bertolt Brecht,  a obra destaca até a dramaturgia americana da segunda metade do século XX.

     Centenas de autores são citados e gêneros analisados.  Dois capítulos inéditos tratam  da história do teatro nas Américas, e o outro focaliza o teatro no Brasil, chegando até o fim do século XX.

Barbara  completou 90 anos em agosto e continua ativa,  trabalhando no que gosta. Toda semana publica críticas no Globo.  Integra vários júris de prêmios de teatro e  orienta um grupo de estudos da obra de Shakespeare. Tradutora da obra de Shakespeare, autor que conhece como poucos, é autora de Escritos sobre Teatro (2007) e A Expressão Dramática do Homem Político em Shakespeare (1978) e muitos outros livros importantes para quem quer aprofundar os conhecimentos sobre o bardo inglês.


     Caminhos do Teatro Ocidental (400 pág.) não está disponível nas livrarias de Goiânia, mas pode ser adquirido pela internet ao preço de R$ 70.   

         Obras da autora

 - A História do Teatro no Rio de Janeiro
-Falando de Shakespeare
-O Homem Político em Shakespeare