terça-feira, 30 de março de 2010

PAIXÃO DE CRISTO EM DOIS TEMPOS


Dois dos maiores espetáculos da Paixão de Cristo em Goiás serão encenados na Sexta-Feira da Paixão. Às 7 horas , na primeira estação da Via Sacra, na Rodovia dos Romeiros, saída para Trindade, terá início a Caminhada da Fé – Vida, Paixão e Morte de Jesus Cristo encenada pelo Grupo Desencanto, sob o comando do diretor Amarildo Jacinto. Às 19 horas, será a vez da Paixão de Cristo da Paróquia Sagrada Família, na Vila Canaã.


Mesmo não sendo um texto original, a morte de Jesus Cristo na cruz sempre emociona. Muita gente vai às lágrimas, e os grupos de teatro investem nos momentos mais marcantes do sofrimento do filho de Deus. Efeitos visuais e de iluminação são reservados às cenas da Crucificação e da Ressurreição.


Há 11 anos, Eduardo de Souza comanda a Paixão de Cristo, na Paróquia Sagrada Família, a convite do padre Luiz Augusto. O que começou tímido, com poucos recursos e pequenas participações de atores convidados e figurantes da comunidade, a Paixão transformou-se em uma encenação de grandes proporções, efeitos visuais sofisticados, atraindo milhares de espectadores de todos os lugares da cidade.


O grupo reúne-se desde janeiro para preparar o espetáculo, que este ano terá o ator Tiago Benetti, no papel de Jesus Cristo e a atriz Lara Brito, como sua mãe Maria. Quarenta músicos e um coral vão entoar músicas sacras ao vivo. Cenários e figurinos recriam o ambiente típico da época de Jesus. Mais de 100 atores ocuparão o enorme palco montado na praça da igreja, interpretando diversos papéis do roteiro escrito a partir de trechos da Bíblia Sagrada.

TRINDADE
Mais de 500 atores e figurantes integram o elenco da Caminhada da Fé – Vida, Paixão e Morte de Jesus, na Rodovia dos Romeiros, que liga Goiânia a Trindade, a partir das 7 horas. A edição de 2010, adianta o diretor Amarildo Jacinto, está totalmente renovada. O roteiro foi todo modificado assim como os cenários de cada Via Sacra, figurinos, adereços e até a trilha sonora, criada especialmente para o evento pelo compositor Cleyber Ribeiro.


Quem for à Rodovia dos Romeiros deve estar disposto a acompanhar o grupo na grande Caminhada da Fé debaixo de sol forte. Nas sete estações da Via Sacra, pintadas pelo artista plástico Omar Souto, o grupo encena uma passagem da vida de Cristo. Realizado há 19 anos, com o apoio do Governo do Estado e da Prefeitura de Trindade, O espetáculo demora em média 7 horas, sem interrupção.


Na sétima estação será apresentada coreografia de tecido acrobático. Acrobacia, dança, música e teatro movimentam a tradicional produção, que exige um enorme contingente de profissionais para colocá-lo em cena. Um dos pontos altos, segundo Amarildo, será a crucificação de Jesus. Três anjos ficarão suspensos por tecido acrobático acima da sua cabeça, dando um efeito visual emocionante à sua retirada da cruz.


Não importa se são simples ou sofisticadas. As encenações da Paixão de Cristo envolvem a comunidade e fazem parte do calendário da Semana Santa da igreja católica.


Foto: Lara Brito e Tiago Benetti em foto de Layza Vasconcelos

quarta-feira, 24 de março de 2010

SASSARICANDO


Depois de três anos em cartaz e colecionar prêmios importantes do teatro, o musical Sassaricando chega a Goiânia para duas apresentações no Teatro Madre Esperança Garrido, do Colégio Santo Agostinho, sábado, às 21 horas e domingo, às 20 horas (27 e 28/03).

Com roteiro de Sérgio Cabral e Rosa Maria Araújo, o espetáculo já foi visto por mais de 200 mil espectadores em diversas cidades. Gravado em CD/DVD, saiu do palco e ganhou a avenida como bloco do carnaval do Rio de Janeiro. Cerca de 100 marchinhas são interpretadas pelo afinado elenco formado por Eduardo Dussek, Inez Viana, Janaína Diniz, Alfredo Del Penho, Beatriz Faria, Pedro Miranda e Pedro Paulo Malta.

Em março de 2007, tive a oportunidade de assistir a apresentação de Sassaricando, no Teatro Guairá, dentro da programação da Mostra Contemporânea do Festival de Curitiba. Matéria do musical e entrevista com Sérgio Cabral e Rosa Maria Araújo, publicada no Popular, pode ser lida neste blog.

Musical: Sassaricando
Roteiro: Sérgio Cabral e Rosa Maria Araújo
Direção: Luiz Felipe de Lima
Direção musical: Cláudio Botelho
Cenário: Charles Möeller
Data: Sábado, às 21h e domingo, às 20h
Local: Teatro Madre Esperança Garrido do Colégio Santo Agostinho (Av. Contorno – ao lado do Supermercado Tático, Centro)
Ingressos: R$ 30 (inteira). Estudantes, idosos acima de 65 anos e assinantes do Popular pagam meia entrada
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SASSARICO NO TEATRO


Pode parecer tendência, dado o grande número de projetos em cartaz em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas não é. Desde os tempos do teatro de revista, os musicais sempre tiveram sua vez no teatro brasileiro. No Festival de Teatro de Curitiba, realização da Calvin Entretenimentos, que prossegue até 1º de abril, os musicais são um dos grandes destaques da grade de programação da mostra oficial.


Dos 21 espetáculos em pauta, 6 são musicais. Sassaricando, sucesso absoluto durante dois meses no Rio, é um deles. Uma semana antes da estréia, segunda-feira à noite, os ingressos para as duas sessões no Teatro Guaíra, o maior da cidade, já estavam esgotados. A enorme procura pelos bilhetes justifica o interesse do público: o musical explora com muita competência as marchinhas de carnaval. Não há quem resista ao ritmo contagiante, mesmo uma platéia considerada fria e comportada como a de Curitiba.

Escrito e roteirizado por Sérgio Cabral, colecionador, escritor e um dos maiores conhecedores da música brasileira, em parceria com a pesquisadora Rosa Maria de Araújo, o musical arrebata platéias de todas as gerações, apesar de a maioria das músicas pertencer a outros tempos. Sérgio e Rosa Maria pinçaram do extenso repertório da festa músicas dos anos 1920 a 1970. A partir do Abre-Alas de Chiquinha Gonzaga, a primeira marchinha carnavalesca, não faltou representante. Tem Braguinha, morto às vésperas do carnaval deste ano, Lamartine Babo, Wilson Batista, Roberto Martins, Mário Lago, Ary Barroso, Zé Kéti, Alair Pires, Max Nunes, Haroldo Lobo e tantos outros esquecidos pelo tempo.

Muitas marchinhas do musical são apresentadas em duos Com arranjos do diretor musical Luís Felipe de Lima, maestro da banda que acompanha ao vivo os veteranos Eduardo Dussek, Soraya Ravenle e Sabrina Korgut e os estreantes Pedro Paulo Malta, Alfredo Del Penho e Juliana Diniz – jovem revelação, neta de Monarco, um dos grandes compositores de samba –, o musical foi dividido em blocos de marchinhas. Em duas horas de show, o grupo interpreta 89 músicas imortalizadas nas vozes de Emilinha Borba, Marlene, Carmem Miranda, Aurora Miranda e Dalva de Oliveira, escrevendo de forma vibrante uma crônica da vida e dos costumes do Rio de Janeiro de outrora.

Sem dramaturgia, a música bem-humorada, brincalhona, satírica, maliciosa, enfocando o cotidiano da cidade, a brejeirice da morena, a beleza da mulata, as mazelas políticas, econômicas e sociais, os relacionamentos familiares, o bêbado e as dificuldades da vida ditam o roteiro do espetáculo. Hoje consideradas politicamente incorretas, as composições são muito divertidas. A seleção passa pelas clássicas Estrela Dalva, Máscara Negra e Bandeira Branca até Cabeleira do Zezé, Sassaricando e Turma do Funil.

TemporadaO musical estreou em 25 de janeiro, no Rio, um mês antes do carnaval. Deveria cumprir uma curta temporada, no máximo até a festança de Momo. O sucesso extrapolou a expectativa dos autores e artistas, e acabou ficando dois meses em cartaz, com ingressos esgotados. Lançado simultaneamente pela gravadora Biscoito Fino, o CD Sassaricando, com 102 faixas, esgotou duas semanas depois de chegar às lojas. Foram necessárias novas tiragens. E continua entre os mais vendidos.

A produção estava nos planos de Rosa Maria e Sérgio Cabral há muito tempo. Só a pesquisa consumiu um ano. Eles ouviram mais de mil marchinhas para extrair as 102 registradas em CD. Juntos, escolheram os atores. Convidado para dirigir a produção, o expert Cláudio Botelho optou pela divisão em blocos, ressaltando os tipos físicos, a opção sexual dos personagens, o trabalho doméstico, o velhinho assanhado, o tempo de Getúlio Vargas (fã do teatro de revista e das vedetes) e outros.

Enquanto conversa com a imprensa, Sérgio Cabral contextualiza o papo cantarolando cada marchinha. “O musical é como se fosse uma charge. Faz uma crônica alegre e divertida de um período muito rico da história do carnaval”, explica. Apesar das muitas ocupações, Sérgio acompanha, com Rosa Maria, o passo-a-passo a produção, programada para reestrear no Rio em 3 de maio, atendendo a insistentes pedidos. “Não são só as velhinhas que adoram o espetáculo, que choram quando ouvem as marchinhas, e revivem os tempos de mocidade, quando tudo era mais simples, mais ingênuo. Pessoas de todas as idades têm se emocionado”, garante Rosa Maria. Há convites também para uma temporada em São Paulo a partir de julho. “Nos surpreendemos com o sucesso. Confirma que o gênero não está morto”, afirma.

Uma invenção de carioca

Com a experiência que o consagra como o maior pesquisador de MPB, Sérgio Cabral assegura que a marchinha foi invenção do carioca, mas tem tudo a ver com o povo brasileiro. “Foi difícil fazer a seleção. Temos uma quantidade impressionante de material de excelente qualidade. Nossos compositores têm enorme criatividade. Pode até ser que as pessoas não conheçam o compositor, mas com certeza conhecem as músicas”, ressalta o autor de biografias de personalidades da MPB. Segundo ele, a música americana rendeu vários filmes e justificou a criação da Broadway. “Por que não podemos fazer uma Broadway no Brasil? Temos músicas e personagens de sobra”, argumenta.

Criado por Charles Möeller, o cenário de Sassaricando remete aos arcos da Lapa, reduto da boemia carioca. Os figurinos em cores sóbrias e sem exageros, desenhados por Marcelo Marques, resgatam os tempos áureos das vedetes. Coreografados por Renato Vieira, os atores bailarinos enriquecem o espetáculo com passos comportados das marchinhas.

Diante do enorme interesse do público, Sérgio Cabral e Rosa Maria têm planos de vida longa para a produção. Têm também outras pesquisas em andamento que podem render outros musicais. Material não falta, afinal o pesquisador possui uma das maiores coleções de música brasileira. “Antigamente, eu tinha um acervo em casa. Hoje, tenho uma casa acervo”, revela Sérgio Cabral.

Matéria publicada no Popular, edição de 28/03/2007

domingo, 21 de março de 2010

TANGO NADA PREVISÍVEL


Tango a Tierra não me decepcionou. Nada previsível, a produção que está em turnê por várias cidades brasileiras, mescla música, dança e teatro para contar a história dos 100 anos do tango argentino. A narrativa começa a partir de 1930, quando o gênero consagrado pela voz de Carlos Gardel surgiu nos bares e cabarés de Buenos Aires.

Ótimas coreografias, bailarinos com nível técnico excepcional e a interpretação nostálgica da orquestra enriquecem a produção vista por milhares de pessoas em praticamente todos os continentes. A ênfase musical recai sobre músicas pouco conhecidas dos brasileiros. Quem pensou em ouvir as convencionais Caminito, Por Una Cabeza, A Media Luz decepcionou-se. Mas, com certeza encantou-se com a elegância sedutora da trupe de bailarinos.

A primeira parte de Tango a Tierra remete aos tempos do rádio, à época de Gardel, a grande paixão vocal dos argentinos. A segunda destaca a modernidade do tango a partir de Astor Piazzolla, os movimentos ousados e sedutores da dança, considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Dançar tango não é para qualquer um. Saber dançá-lo é mesmo é um luxo!


CINDERELA ENCONTRA SEU PRÍNCIPE

Novo espetáculo da Pinheiro Produções Artísticas, o clássico Cinderela me surpreendeu não só pelo luxo da produção, marca registrada do trabalho de Luiz Roberto Pinheiro, mas pelo desempenho do casal de atores principais: Anna Karla Ribeiro e Júnior Sartini.


Atores estreantes, eles atuam em sintonia dando credibilidade aos seus personagens Cinderela e seu princípe encantado. Preparados pela atriz e diretora Tetê Caetano, o elenco está muito bem nos seus papéis e bem conduzido. Pronto para mais uma turnê que passará por Brasília, São José do Rio Preto, Palmas e Salvador. Leleco Dias está à vontade como a madrasta, a quem empresta humor e graça.

Atento às novidades tecnológicas que tornam os espetáculos cada vez mais interessantes no palco, Luiz Roberto apostou na computação gráfica para criar os efeitos visuais que transformam a abóbora em carruagem de Cinderela e a ficha técnica da montagem. A transformação da Gata Borralheira em princesa é outro ponto que agrada muito a plateia.

Luiz Pinheiro não esconde sua preferência pelos clássicos infantis. Ele sabe que histórias envolvendo príncipes, princesas, bruxas, madrastas, fadinhas, florestas e o mundo encantado agradam em cheio adultos e crianças. Para o segundo semestre, prepara O Soldadinho de Chumbo. O que será que vem por aí

sexta-feira, 19 de março de 2010

CINDERELA NO TEATRO ESPERANÇA GARRIDO


A história de Cinderela, a bela jovem humilhada pela madrasta e suas filhas invejosas, emociona gerações. O conto de fadas que ganhou cerca de três mil versões em vários idiomas continua a render espetáculos de teatro, musicais, cinema de animação e muitas outras expressões artísticas em todo o mundo. Expert em teatro infantil, o diretor e produtor Luiz Roberto Pinheiro escolheu Cinderela para levar ao palco neste primeiro semestre de 2010.

Depois de conquistar milhares de crianças e adultos no Projeto Escola, durante toda esta semana, a produtora apresenta duas sessões abertas ao público sábado e domingo (20 e 21/03), no Teatro Madre Esperança Garrido, do Colégio Santo Agostinho. Logo após, a trupe pega a estrada e vai para Brasília, Salvador, São José do Rio Preto e Palmas, onde as produções de Luiz Roberto Pinheiro são aguardadas com expectativa pelas escolas e o público em geral.

Com mais de 30 anos de carreira teatral e 21 anos à frente da sua própria companhia, o produtor sabe agradar a garotada com seus musicais, baseados nos mais famosos contos de fadas de todos os tempos: A Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho, Alice no País das Maravilhas, Alladim, A Pequena Sereia, Branca de Neve e os Sete Anões e muito outros. As produções saem direto das telas de cinema e das páginas dos livros infantis para o palco do teatro.

Luiz Roberto não economiza na elaboração dos cenários, nos luxuosos figurinos e adereços, coreografias e composições inéditas da trilha sonora original. Efeitos visuais e de iluminação, truques de ilusionismo com os mais modernos recursos computação gráfica enriquecem a montagem e captam o interesse da garotada para a obra. Ele usou a computação gráfica para transformar uma abóbora na carruagem que transporta aGata Borralheira ao baile no palácio real.

Para alcançar estes resultados, Luiz cerca-se de profissionais experientes, como o coreógrafo e bailarino João Bragança, o compositor e músico Can Kanbay, o mágico Mister Adam e a atriz e diretora Tetê Caetano. Ele também aposta nos jovens atores iniciantes, apresentando a cada espetáculo carinhas novas e bonitas, como faz agora com Ana Karla Ribeiro e Júnior Sartini, intérpretes principais do musical. Tetê fez a preparação do elenco, tirando de cada ator o máximo de sua interpretação.

Produtor e diretor exigente, Luiz Roberto sabe que os clássicos da literatura infantil envolvendo príncipes e princesas, reis e rainhas, madrastas e bruxas e o mundo encantado, recheado de fantasia agradam em cheio adultos e crianças. É um filão que tem dado certo e ele segue em frente. A cada semestre estreia uma nova produção e sai em turnê por diversas cidades. A novidade da vez é a inserção de novas tecnologias na elaboração do espetáculo. Cinderela é uma produção impecável como foram as anteriores. Mas, Luiz Roberto ainda precisa investir na adaptação dos textos e no desempenho de seus atores.

Espetáculo: Cinderela
Com: Luiz Roberto Pinheiro Produções Artísticas
Data: Sábado e domingo (20 e 21/03), às 21 horas
Local: Teatro Madre Esperança Garrido do Colégio Santo Agostinho (Av. Contorno, ao lado do Supermercado Tático - Centro)
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)



quarta-feira, 17 de março de 2010

TANGO A TIERRA


Ícone do povo argentino, o tango exige o máximo de envolvimento, sintonia e elegância dos dançarinos. Indispensáveis também são coreografias elaboradas com muito apuro técnico e virtuosismo. Ingredientes como esses não faltam ao espetáculo Tango a Tierra, que a companhia argentina dos aclamados coreógrafos Guillermo Salvat e Silvia Grynt apresentam neste sábado (20/03), às 21 horas, no Teatro Rio Vermelho.

Tango a Tierra tem arrebatado plateias em todos os continentes onde o grupo apresenta-se regularmente. Nesta sua terceira turnê pelo Brasil, passou por dezenas de cidades antes de chegar a Goiânia, onde vem pela primeira vez.

Com uma orquestra formada por oito músicos e 17 bailarinos, o espetáculo evoca o gênero imortalizado por Carlos Gardel, a partir dos anos 1930, em composições que emanam a forte ligação da terra argentina com o tango, as emoções à flor da pele e a força das paixões. Os bailarinos dançam em um cenário que recria antigos cabarés e bares da capital portenha à meia luz, onde os casais dançavam ao som de clássicos como Por Una Cabeza, Cuesta Abajo, Volver, Caminito, La Cumparcita e muitos outros, interpretados na produção por jovens cantores como Roberto Minondi. O figurino de época é outra característica marcante de Tango a Tierra.

Um dos pontos altos desta primeira parte é a disputa entre dois homens pelo amor de uma mesma mulher, envoltos em uma nuvem de fumaça que remete às madrugadas geladas de Buenos Aires. A segunda parte é dedicada ao tango contemporâneo, às composições de autores modernos como Astor Piazzola. Figurinos e coreografias são atualizados, sem contudo perderem la fuerza y la beleza del tango argentino.

Tango a Tierra foi aclamado em dezenas de países como Austrália, Rússia, Hong Kong e outros da Ásia, África, Américas do Norte, Sul e Central. No Brasil, o grupo apresentou-se em diversas cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte.

Criado há cem anos, o tango é Patrimônio da Humanidade, título concedido pela Unesco. Tango a Tierra é imperdível para quem aprecia o gênero da terra de Juan e Evita Perón.

Espetáculo: Tango a Tierra
Data: Sábado (20/03), às 21 horas
Local: Teatro Rio Vermelho
Ingressos: R$ 80 (plateia superior) e R$ 70 (plateia inferior). Estudantes, assinantes do Popular e pessoas acima de 65 anos pagam meia entrada

sábado, 6 de março de 2010

DIA DA MULHER NO MARTIM CERERÊ


Poeta, cantora, jornalista e atriz, Elisa Lucinda é uma das atrações da programação organizada pela Agência Goiana de Cultura para comemorar o Dia da Mulher. O recital Parem de Falar Mal da Rotina da artista capixaba será segunda-feira, às 20 horas, no Centro Cultural Martim Cererê. Entre um poema e outro, ela vai conversando com a plateia levando-a a refletir sobre a existência e o cotidiano de diferentes personagens.

Na terça, às 20 horas, será a vez dos alunos da Escola de Circo da Agepel ocuparem o palco do Teatro Pyguá com seus números circenses, sob a direção de Tetê Caetano. O espetáculo, segundo Tetê, remete a ícones femininos das artes, como as cantoras Carmen Miranda, Elis Regina, Mart’ nália, Billie Holiday, Madonna e Maria Gadu. Tetê fará uma performance de tecido acrobático acompanhada de Marcelo Marques e Débora di Sá. A violonista Cristina Lavínia, integrante da Orquestra de Câmara Goyazes fará participação especial no espetáculo.

O grupo Fé Menina encerra o programa na quarta-feira, com o musical Amélia, referência à composição de Ataulfo Alves/Mário Lago. Acompanhado de Henrique Reis (teclados), Bruno Rejan (baixo), Edilson Moraes (percussão), Fred Vale (bateria) e Dimar Vieira (violão), o grupo de mulheres de vozes afinadas interpreta músicas de compositores consagrados da MPB.

Entrada franca em todos os espetáculos.

terça-feira, 2 de março de 2010

PARALELO 16 - BOM MOMENTO DA DANÇA

Acompanhei boa parte da Mostra Internacional de Dança – Paralelo 16, realizada de 21 a 28 de fevereiro, no Teatro Madre Esperança Garrido, do Colégio Santo Agostinho. Exceto pela abertura com a Quasar Cia. de Dança e a Compagnie Linga, da Suíça, única atração internacional do evento, que lotou o teatro de quase 800 lugares, a ocupação da plateia nos seis dias do evento foi parcial, mas muito participativa.

A programação preparada pela Associação Quasares, sob o comando da diretora Vera Bicalho, em parceria com a Agência Goiana de Cultura, primou pela qualidade e a diversidade. Quatro grupos de Goiânia fizeram as honras da casa: Quasar, Aqui, Lá, Quá Grupo de Dança Contemporânea, Nômades e Contato Cia. de Dança. Nômades, com Última Gota, de Cristiane Santos e Contato, com Autêntico, de Janaína Romão foram gratas surpresas.

Autêntico da Contato é divertida, quase uma brincadeira. O grupo Nômades está no caminho certo, mas precisa investir mais nos bailarinos. Internacionalmente consagrada, a Quasar apresentou Céu na Boca, coreografia que retoma a irreverência e o humor marcante dos primeiros tempos da companhia. Novos bailarinos integram o grupo, que continua coeso e perfeitamente integrado no palco.

Convém destacar o trabalho da Focus Cia. de Dança, do Rio de Janeiro. Com as coreografias Pathways, Um a Um e Strong Strings mostrou movimentos ousados de tirar o fôlego e desempenho técnico impecável. Responsável pela oficina Conexões entre Dança de Rua e Dança Contemporânea, o bailarino e coreógrafo mineiro Vanilton Lakka deu um show de competência. Acompanhado de Chiquinho da Costa e Rafael Guarato, Lakka expôs no palco as muitas possibilidades do corpo mesclando movimentos de dança contemporânea à popular dança de rua. Paula Águas, do Rio, veio a Goiânia pela primeira vez com duas coreografias de curta duração: Caminho Aberto e Qual é a Música?

A Compagnie Linga, da Suíça, ocupou o palco no penúltimo e último dia da Paralelo 16, com a coreografia no.thing. Plasticamente o espetáculo é maravilhoso, os bailarinos dão tudo de si num esforço concentrado. Mas, o espetáculo derrapa na monotonia. A produção chega a cansar em muitos momentos deixando a plateia desinteressada. Na minha opinião, seu desempenho é comparável a muitos dos grupos brasileiros.

Com boa seleção de espetáculos inéditos, Paralelo 16 consolida-se como um importantes momento da dança contemporânea em Goiás. Além disso, oferece aos bailarinos e ao público a oportunidade de discutir e ampliar seus conhecimentos sobre a dança do nosso tempo. É uma iniciativa que deve ser preservada e fortalecida.