Acompanhei boa parte da Mostra Internacional de Dança – Paralelo 16, realizada de 21 a 28 de fevereiro, no Teatro Madre Esperança Garrido, do Colégio Santo Agostinho. Exceto pela abertura com a Quasar Cia. de Dança e a Compagnie Linga, da Suíça, única atração internacional do evento, que lotou o teatro de quase 800 lugares, a ocupação da plateia nos seis dias do evento foi parcial, mas muito participativa.
A programação preparada pela Associação Quasares, sob o comando da diretora Vera Bicalho, em parceria com a Agência Goiana de Cultura, primou pela qualidade e a diversidade. Quatro grupos de Goiânia fizeram as honras da casa: Quasar, Aqui, Lá, Quá Grupo de Dança Contemporânea, Nômades e Contato Cia. de Dança. Nômades, com Última Gota, de Cristiane Santos e Contato, com Autêntico, de Janaína Romão foram gratas surpresas.
Autêntico da Contato é divertida, quase uma brincadeira. O grupo Nômades está no caminho certo, mas precisa investir mais nos bailarinos. Internacionalmente consagrada, a Quasar apresentou Céu na Boca, coreografia que retoma a irreverência e o humor marcante dos primeiros tempos da companhia. Novos bailarinos integram o grupo, que continua coeso e perfeitamente integrado no palco.
Convém destacar o trabalho da Focus Cia. de Dança, do Rio de Janeiro. Com as coreografias Pathways, Um a Um e Strong Strings mostrou movimentos ousados de tirar o fôlego e desempenho técnico impecável. Responsável pela oficina Conexões entre Dança de Rua e Dança Contemporânea, o bailarino e coreógrafo mineiro Vanilton Lakka deu um show de competência. Acompanhado de Chiquinho da Costa e Rafael Guarato, Lakka expôs no palco as muitas possibilidades do corpo mesclando movimentos de dança contemporânea à popular dança de rua. Paula Águas, do Rio, veio a Goiânia pela primeira vez com duas coreografias de curta duração: Caminho Aberto e Qual é a Música?
A Compagnie Linga, da Suíça, ocupou o palco no penúltimo e último dia da Paralelo 16, com a coreografia no.thing. Plasticamente o espetáculo é maravilhoso, os bailarinos dão tudo de si num esforço concentrado. Mas, o espetáculo derrapa na monotonia. A produção chega a cansar em muitos momentos deixando a plateia desinteressada. Na minha opinião, seu desempenho é comparável a muitos dos grupos brasileiros.
Com boa seleção de espetáculos inéditos, Paralelo 16 consolida-se como um importantes momento da dança contemporânea em Goiás. Além disso, oferece aos bailarinos e ao público a oportunidade de discutir e ampliar seus conhecimentos sobre a dança do nosso tempo. É uma iniciativa que deve ser preservada e fortalecida.
Eu senti muito porque acabei não tenho tempo ou disposição de ir ver os espetáculos e agora estou arrependido.
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