SUSPENSE DE ALLAN POE ADAPTADO PARA O TEATRO EM CLIMA DE HQ
Autor de
suspense consagrado, o escritor norte-americano Edgar Allan Poe é cultuado no
mundo inteiro. Sua narrativa envolvente, recheada de cenas fantásticas, mistério,
e às vezes macabras, faz sucesso no
cinema e no teatro.
O diretor João
Bosco Amaral, da Cia. Teatral Oops!... é um entusiasta da obra do autor, da
qual pinçou o conto Coração Delator, que
deu origem ao monólogo Olho, primeira
parte da Trilogia Poe – Parte 1, sob a direção do ator Ivan Lima. João Bosco
mostrou que sabe lidar com o universo do sobrenatural ao interpretar o
personagem Iago, um assassino que acaba confessando o crime cometido.
Ele retorna à
obra de Allan Poe com o espetáculo Gato Preto, estrelado pela atriz Sol
Silveira, patrocinado pelo Prêmio Funarte Myriam Muniz 2014 e apoio da Lei
Municipal de Incentivo à Cultura. Segundo episódio da série, Gato Preto narra a
história de Annabela, mulher complexa e atormentada, que entra em transe toda
vez que se depara com o gato de estimação da família, um belo animal de pelos
negros. Tomada por um sentimento de aversão, Annabela culpa o gato por todos os
seus problemas. O desequilíbrio emocional da personagem cresce ao longo da peça
até o seu desfecho final. O ódio ao animal vai tomando conta da mulher, o que a
leva a cometer um desatino.
A adaptação cênica de João Bosco Amaral é
dinâmica. É contada em ritmo de histórias em quadrinhos em preto e branco.
Imagens projetadas reforçam o clima de mistério. Cenário
despojado, composto de uma cadeira e um abajur, desenhado pelo estreante
cenógrafo Gilson P. Borges, aliada à iluminação sombria, dão o tom a atmosfera
sinistra da narrativa.
Concluinte do
curso de Artes Cênicas na UFG, Sol Silveira apostou na obra de Edgar Alan Poe
para fazer seu trabalho de conclusão, desempenhando com segurança o papel de
Annabela. O longo vestido negro criado
por Célia Rodrigues dá à atriz ares de viúva negra, loucamente acorrentada no
desespero de sua perversidade.
Foto: Gilson P. Borges
Obrigado pela reflexão crítica e por esta importante colaboração para o desenvolvimento de nossa arte. É um grande prazer e privilégio acompanhar seu blog e ter a oportunidade de ter um texto seu sobre nosso espetáculo. Que o blog tenha vida longa, e que muitos outros textos venham. Sempre será uma honra e uma grande oportunidade de desenvolvimento e reflexão sobre o fazer Teatral.
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