sexta-feira, 9 de outubro de 2015

GATO PRETO



          SUSPENSE DE ALLAN POE ADAPTADO PARA O TEATRO EM CLIMA DE HQ

 
Sol Silveira como Annabela
         
Autor de suspense consagrado, o escritor norte-americano Edgar Allan Poe é cultuado no mundo inteiro. Sua narrativa envolvente, recheada de cenas fantásticas, mistério, e  às vezes macabras, faz sucesso no cinema e no teatro. 

O diretor João Bosco Amaral, da Cia. Teatral Oops!... é um entusiasta da obra do autor, da qual pinçou o conto Coração Delator,  que deu origem ao monólogo Olho,  primeira parte da Trilogia Poe – Parte 1, sob a direção do ator Ivan Lima. João Bosco mostrou que sabe lidar com o universo do sobrenatural ao interpretar o personagem Iago, um assassino que acaba confessando o crime cometido. 

Ele retorna à obra de Allan Poe com o espetáculo Gato Preto, estrelado pela atriz Sol Silveira, patrocinado pelo Prêmio Funarte Myriam Muniz 2014 e apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Segundo episódio da série, Gato Preto narra a história de Annabela, mulher complexa e atormentada, que entra em transe toda vez que se depara com o gato de estimação da família, um belo animal de pelos negros. Tomada por um sentimento de aversão, Annabela culpa o gato por todos os seus problemas. O desequilíbrio emocional da personagem cresce ao longo da peça até o seu desfecho final. O ódio ao animal vai tomando conta da mulher, o que a leva a cometer um desatino.  

 A adaptação cênica de João Bosco Amaral é dinâmica. É contada em ritmo de histórias em quadrinhos em preto e branco. Imagens projetadas reforçam o clima de mistério.   Cenário despojado, composto de uma cadeira e um abajur, desenhado pelo estreante cenógrafo Gilson P. Borges, aliada à iluminação sombria, dão o tom a atmosfera sinistra da narrativa.  

Concluinte do curso de Artes Cênicas na UFG, Sol Silveira apostou na obra de Edgar Alan Poe para fazer seu trabalho de conclusão, desempenhando com segurança o papel de Annabela.  O longo vestido negro criado por Célia Rodrigues dá à atriz ares de viúva negra, loucamente acorrentada no desespero de sua perversidade.

Foto: Gilson P. Borges


Um comentário:

  1. Obrigado pela reflexão crítica e por esta importante colaboração para o desenvolvimento de nossa arte. É um grande prazer e privilégio acompanhar seu blog e ter a oportunidade de ter um texto seu sobre nosso espetáculo. Que o blog tenha vida longa, e que muitos outros textos venham. Sempre será uma honra e uma grande oportunidade de desenvolvimento e reflexão sobre o fazer Teatral.

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