sábado, 29 de dezembro de 2012



 DIVIDO COM VOCÊS O BONITO CARTÃO QUE O ATOR IVAN LIMA MANDOU PARA MIM.

 DESEJO A TODOS UM ANO NOVO PROVEITOSO, COM ÓTIMOS ESPETÁCULOS EM CARTAZ, O RETORNO PLENO DO TEATRO GOIÂNIA, A REFORMA COMPLETA DO CENTRO CULTURAL MARTIM CERERÊ E A SOLUÇÃO DEFINITIVA DA SITUAÇÃO DO CIRCO LAHETO.


     FELIZ 2013!

NO COMPASSO DA DANÇA




Anteriormente ressaltei os espetáculos teatrais mais importantes de 2012. A dança também mereceu um olhar mais atento no ano que termina. Não foram muitas as coreografias que se destacaram. Obviamente a Quasar Cia. de Dança continua na liderança. Como faz todo ano, Henrique Rodovalho estreou no Singular, no Teatro Rio Vermelho, inspirando-se na velocidade das informações. Não vi a produção, portanto não posso comentar. Vou esperar o retorno do espetáculo ao em março de 2013, no Teatro Sesi. Uma vez, o Balé do Estado ficou fora do circuito.

Jovem revelação entre os novos coreógrafos, Hérika Crossara estreou Pétalas, espetáculo que encantou a plateia pela beleza da abordagem do significado das flores. A experiente Maria Inês de Castro surpreendeu ao cerrar as portas do seu tradicional Núcleo Energia de Dança e abrigar-se com toda a sua equipe no Mvsika!Centro de Estudos. Ali deu continuidade ao seu trabalho criando o Grupo Giro 8, que estreou a coreografia Retrato em Branco e Preto, aliando dança contemporânea a recursos audiovisuais. Não há novidade nesse aspecto, até porque muitas companhias de dança têm utilizado esse recurso. Mas, é preciso reconhecer que Maria Inês continua criativa, atuante, buscando novas possibilidades para o grupo que tem tudo para dar certo, assim como foi o Grupo Energia que ela dirigiu.

Outro destaque foi a bailarina, coreógrafa e professora de balé Taciana Staciarini. Em parceria com Rossana Cardoso, ela criou a Das Los Cia. De Dança. Na primeira coreografia, Um Olhar Para Dentro, o grupo garra, criatividade e bons bailarinos. Para 2013, o grupo promete novidades já que conquistou o Prêmio Klauss Vianna de Dança do Ministério da Cultura.

Goiânia possui dezenas de escolas de balé. Tem ótimos bailarinos, muitos deles premiados. Não são poucos os que foram para o exterior dançar em renomadas companhias. Exceto pela Quasar, que firmou-se como uma das melhores do País, ainda falta à cidade grupos mais atuantes, que invistam numa linguagem própria e inovadora.





FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA É CONSIDERADO O MELHOR DO PAÍS


Evento foi eleito o mais tradicional e de maior repercussão no cenário cultural



O Festival de Teatro de Curitiba foi eleito o mais tradicional evento teatral e de maior repercussão do Brasil, em eleição realizada pelo blog Atores & Bastidores (portal R7) do jornalista Miguel Arcanjo Prado, e pelo fotógrafo teatral Bob Sousa.

Mais de 100 mil internautas participaram elegendo os melhores de 2012 em 16 categorias. O Festival de Curitiba conquistou 66% dos votos na categoria melhor Festival de Teatro do Brasil. Em segundo lugar ficou o festival Satyrianas (SP), com 29,9% da preferência, seguida do Fomento Dez Anos (SP), com 2,4%, Mirada (Santos-SP), com 0,9%, e FIT-BH (MG), com 0,7%.

Para o diretor do Festival de Curitiba, Leandro Knopfholz, o resultado significa o reconhecimento da expressão nacional do festival e de sua relevância no cenário teatral brasileiro.

A 22ª edição do Festival de Teatro de Curitiba será realizada de 26 de março a 7 de abril de 2013, com o patrocínio oficial do Itaú e Renault.


ERRATA

Errar o nome do autor de Longa Jornada Noite a Dentro ou como quer o Grupo Independente de Teatro Reticências... no momento de escrever o texto e revisá-lo não invalida a minha avaliação da peça. Errar acontece c/ qualquer pessoa.  Tenho conhecimento de sobra para escrever sobre qualquer assunto e expor a minha opinião, gostem ou não. Para isso, existe liberdade de expressão, e eu a exerço quando e como quiser.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012


          TEATRO GOIANO : O QUE FOI BOM E O QUE NÃO FOI EM 2012

Goiânia viveu um movimentado ano teatral. Diversas produções estrearam no decorrer de 2012, fizeram temporadas, participaram de festivais e turnês por diversas cidades. Diferentemente de anos atrás, o teatro feito em Goiás começa a  ser reconhecido, e atores, diretores e produtores  a fixar seu nome no cenário artístico.  Se a quantidade de montagens foi um ponto altamente positivo, o mesmo não se pode dizer em termos de qualidade.  Nesse quesito muito investimento ainda precisa ser feito.

Foi bom
Plural: melhor espetáculo
Sensibilidade não faltou ao texto e à produção de Plural, espetáculo escrito coletivamente pela Cia. de Teatro Nu Escuro. Baseado em suas próprias histórias de família, Abílio Carrascal, Adriana Brito, Izabela Nascente, Lázaro Tuim, Hélio Fróes criaram um espetáculo ingênuo, recheado de recordações infantis. Mesclam a interpretação de atores e bonecos com muita delicadeza. Aliando a direção  de Izabela Nascente à projeções em vídeo,  cenário repleto de objetos  da vida rural,  Plural é bom de se ver e rever.

Texto de Sandro Freitas, com direção de João Bosco Amaral, Desamor  surpreendeu pela simplicidade e a delicadeza do tema: amor à primeira vista. A atriz Sol Silveira destaca-se como a  sonhadora Anita, a jovem que sonha em sair pelo mundo, apesar da paixão que sente por Cândido. João Bosco Amaral usou a técnica da farsa e a linguagem circense para construir a história. Bons atores, boa direção e cenário adaptável a palco, ruas e praças tornam a montagem interessante de ser ver em qualquer lugar.
Desamor: Surpresa

Deixou a desejar

Em fevereiro, o Grupo de Teatro Independente estreou o tradicional texto de Eugene O´Neil  Longa Jornada Noite Adentro com o título de Reticências. Elenco tarimbado, reforçado pelos experientes atores Ivan Lima, Adriana Veloso, Bruno Peixoto e Renata Caetano, a peça dividiu opiniões: uns gostaram, outros não. Dirigido pelo mexicano Ricardo Leal Velasco,  Reticências, que depois retornou ao palco, pecou pelo cenário e o figurino fracos e a adaptação morna de um texto considerado obra primeira do autor norte americano. A escolha do local  para a estreia também não agradou. Apesar da interpretação segura de Adriana Veloso e Ivan Lima, e das alterações feitas posteriormente, no cenário e no figurino, a peça  não emplacou.

Projeto escolhido cuidadosamente por Adriana Veloso, que já estreara muito bem em Reticências, Esquizofrenia, baseada na obra do Prêmio Nobel Dario Fo, não teve o resultado que a atriz esperava. Dirigido por Hugo Rodas, o espetáculo  saiu de cartaz sem deixar  lembrança, salvo apenas pela interpretação de Adriana, que vive uma mulher atormentada pela loucura.

Aproveitando as comemorações do centenário de Nelson Rodrigues, o diretor Altair de Souza, da Cia. Sala 3,  produziu e dirigiu Anjo Negro, um dos textos mais surreais do famoso dramaturgo. Rebuscado na iluminação e no cenário repleto de elementos cênicos, Altair conduziu o espetáculo com mão segura e determinação. A estreia no Rio de Janeiro, marcando as comemorações, serviu como vitrine para  o grupo, que ganhou patrocínio da Funarte/Ministério da Cultura. Se não foi um grande espetáculo, Anjo Negro pelo menos chamou a do público para a obra  do polêmico Nelson Rodrigues.


O Grupo Teatro Ritual foi o vencedor do Festival Goiânia em Cena 2012 com  Q.Q.ISS?! espetáculo  musical que mescla o rock do grupo Pink Floyd à trilha sonora do filme O Mágico de Oz. Os atores se movimentam no palco como se  flutuassem, se contorcem, fazem mímicas e dançam com lentidão entediante do butô.  A produção é caprichada, a iluminação muito bem elaborada, o figurino que remete aos espantalhos do filme O Mágico de Oz. A música do Pink Floyd é um convite  à dança. Mas faltam agilidade e  ação aos personagens. As coreografias não se integram à música.  Dança e música não se  relacionam.   Mímico  experiente Miquéias Paz dirige o Teatro Ritual, o designer Marcos Lotufo  e Marcos Marrom criaram os bonecos que aparecem na cena, Rodrigo Assis desenhou uma bela luz e Ana Maria Mendonça os figurinos inspirados no Mágico de Oz. Infelizmente, o Ritual esqueceu-se de incrementar os movimentos e elaborar melhor a dramaturgia. Saí do teatro me perguntando: o quê que é isso?          

 

O que não foi
 
Escrito por Marília Ribeiro e dirigido por Luís Cláudio, As Corvas derrapou no exagero das imagens e dos personagens. Verborrágico  o texto carregado e a mão pesada do diretor exigiu esforço demasiado da atriz, que se perdeu completamente no que queria transmitir no palco.  Espetáculo longo e cansativo.

Grupo de humor que estreou prometendo conquistar plateia cativa,  Os  Inoxidáveis estreou dois espetáculos em 2012: Confidencial e No Quarto. Não faltou expectativa para quem gosta de entretenimento sem compromisso. Infelizmente, a produção ficou mesmo só na expectativa. Com esquetes fracos e piadas manjadas, Confidencial não conseguiu arrancar as gargalhadas que a trupe pretendia. O mesmo ocorreu com No Quarto, espetáculo que marcou os quatro anos de criação do grupo, que já serviu de laboratório para diversos atores, mas que precisa investir mais na pesquisa e oferecer novidades ao seu público.

 

Diversão no mundo infantil

 
Segredos

 

Em 2012, duas produções se destacaram  no universo infantil: Segredos, do Teatro Zabriskie, e O Casamento da Dona Baratinha. Como os palhaços Ana Banana e Juca Mole, os atores Ana Cristina Evangelista e Alexandre Augusto sabem como cativar a garotada com  suas histórias lúdicas e envolventes. 

Em Segredos, Ana Banana e Juca Mole são colecionadores de caixas de papelão. Dentro delas, eles guardam segredos que vão sendo revelados no decorrer do espetáculo. São emoções, dúvidas, lembranças, cheiros e medos.  A revelação de cada segredo se transforma numa alegre e divertida brincadeira. Mais um trabalho de qualidade para continuar na pauta do Teatro Zabriskie.

Quem não se lembra da divertida história da Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?  A  encantadora história da literatura infantil permanece atual.  E a AM Produções não perdeu tempo. Fez  uma produção didática, investindo na preservação do meio ambiente, e na formação  de valores  de  amizade, caráter e  educação para a vida.  Sob a direção de Wellington Dias, Baratinha tem ótimos figurinos, coreografias e cenografia. Os objetos cênicos, como o carrinho de Dom Ratão, são muito divertidos.

Fantasia    

Os  chamados Projeto Escola continuam a dominar o teatro infantil. Nem  sempre as produções para  crianças primam pela qualidade. Os clássicos da literatura infantil são de longe as preferidas dos produtores, e nessa corrida o diretor Luiz Roberto Pinheiro é imbatível. Todo ano, sua produtora apresenta dois espetáculos em Salvador, Palmas, Brasília e Goiânia.

 Luiz Roberto tem público fiel e sabe como agradar alunos e  professores com suas princesas apaixonadas, fadas madrinhas e bruxas más. Sucessos do cinema estão entre as preferidas. Figurinos luxuosos, múltiplos cenários, efeitos visuais de tirar o fôlego da meninada enchem os teatros. Bom diretor, bom produtor, Luiz Roberto sabe como agradar. Pontos para ele.

Fotos: Josemar Callefi 

   

 

 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

SEBASTIÃO VILELA ABREU ENTREVISTOU DIRETORES E ESPECTADORES SOBRE SUAS PREFERÊNCIAS TEATRAIS E O CRESCIMENTO DE PLATEIAS NOS TEATROS DE GOIÂNIA.


MATÉRIA ASSINADA PELO JORNALISTA SEBASTIÃO VILELA ABREU, NO JORNAL O POPULAR
  
 
 
 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


   
 
João Bosco Amaral e Sol Silveira


  DESAMOR
Quero destacar aqui dois espetáculos que vi nos últimos tempos, e que por falta de tempo não pude registrar minhas impressões: Desamor, da Cia. Oops!!!, e Uma Noite na Broadway, do Studio Dançarte e cantores convidados.

 Desamor conquista pela simplicidade da montagem e do texto de Sandro Freitas.  O musical Uma Noite na Broadway destaca-se pelas coreografias e os afinados bailarinos do Studio Dançarte.

Dirigido por João Bosco Amaral, Desamor  aborda o amor à primeira vista e o sonho de uma jovem que quer conhecer a si mesmo e o mundo onde vive.  Cândido, vivido pelo próprio diretor, apaixona-se pela bela Anita, a atriz Sol Silveira, e é correspondido. Mas, a paixão de Anita não sobrevive, pois ela quer viver o seu momento intensamente. Anita abandona Cândido e “voa” em busca das novidades do mundo. Cândido nada faz para impedir. Apenas lamenta a partida da amada.

Diretor e ator experiente, João Bosco Amaral valeu-se de elementos farsescos e  da linguagem circense para construir o espetáculo. O figurino muito lúdico e a cenografia prática e funcional contribuem para a montagem da peça em qualquer lugar. Dois quadrantes de ferro delimitam o espaço cenográfico e à medida que Anita se movimenta dentro deles a história vai se desenrolando.

Desamor é uma história singela, envolvente, que fala de amor,  perdas e conquistas,  assuntos que agradam crianças e adultos.
 
Foto: Gilson P. Borges

 

 

Broadway
 
Uma Noite na Broadway

Uma Noite na Broadway é um espetáculo divertido e bem alinhavado pelo o ator e diretor Neto Mahnic. Em parceria com o Studio Dançarte,  das irmãos Gisela e Ariadna Vaz, ele ousou montar um musical, selecionando  musicais consagrados da Broadway.     

A produção é dinâmica, os bailarinos são bons e as coreografias bem adaptadas.  Infelizmente, não se pode dizer o mesmo dos intérpretes,  fracos e desafinados.  

O espetáculo  mescla canto, dança e teatro. Os figurinos e os cenários remetem a musicais famosos como Cabaret, Greese, Hair, All That Jazz, Chicago, Hairspray, O Despertar da Primavera e outros. São 16 quadros  selecionados entre dezenas que chegaram às telas do cinema que conquistam de cara a plateia.     

Uma Noite na Broadway deverá retornar ao palco em 2013.
 
Fotos: Josemar Callefi