sábado, 6 de fevereiro de 2010

VOAR EM CARTAZ NO SESC DE CALDAS NOVAS


Até o final de fevereiro, o ator e diretor Marcos Fayad apresenta o espetáculo solo Voar, no Teatro do SESC de Caldas Novas. Toda sexta e sábado, às 21 horas, o público poderá assistir gratuitamente a uma das mais bonitas encenações do artista, que há 20 anos comanda a Cia.Teatral Martim Cererê.

Adaptação dos contos Voar e A Pedra, extraídos do Pequeno Livro do Cerrado, do médico e escritor Gil Perini, a peça narra a história de um homem solitário, quase um eremita, que vive em pleno cerrado. Profundamente enraizado na terra, onde o sol inclemente não dá trégua, ele relembra fatos de sua vida, enfrentadas com muita coragem.

Para interpretar o personagem, Marcos Fayad mergulhou fundo no universo sertanejo investindo no linguajar característico, na timidez e nos trejeitos típicos do caipira simplório, mas de uma sabedoria desconcertante. Em meio ao cenário árido do cerrado coberto de folhas secas e árvores retorcidas, onde só se ouve o canto dos pássaros, o homem vive seus dilemas.

Marcos Fayad envolve o espectador de tal forma com sua interpretação que é impossível não se emocionar com a solidão daquele homem simplório , que vai se relevando ao longo do espetáculo em toda a sua ingenuidade.

Assisti mais de uma vez a montagem que Fayad levou para Lisboa, Porto e Coimbra, em Portugal e dezenas de cidades brasileiras dentro do projeto Palco Giratório do SESC. Lembro-me que antes da estreia em 2002, ele enviou-me o texto adaptado. Logo depois li o Pequeno Livro do Cerrado. Tanto o espetáculo como os contos elaborados numa linguagem apurada e concisa de Gil Perini me emocionaram pela simplicidade dos temas e o inusitado das histórias de pessoas simples, com pouca instrução, mas nem por isso menos sábias.

Um comentário:

  1. Eu assisti essa peça todos os dias que ela esteve em cartas em Goiânia. É simplesmente FANTÁSTICA! Estava passando de graça na mesma época em que Priscila Fantin estava apresentando "A vergonha dos pés" em Goiânia, a um preço, se não me engano, de 40,00 reais. A peça dela foi muito criticada por ser fraca e sem profundidade, enquanto que a peça "Voar" é de uma densidade, poética, profundidade e beleza poucas vezes vista! A peça do Marcos Fayad conseguiu encher pouco mais de umas 10 ou 15 cadeiras, ao passo que Priscila Fantin lotou o tetaro Goiânia (850 lugares) durante dois dias...! Que pena...

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