terça-feira, 20 de outubro de 2009

GOIÂNIA EM CENA 2009 - PRIMEIROS DIAS


Três bons espetáculos marcaram a abertura da oitava edição do Festival Internacional de Artes Cênicas Goiânia em Cena: O Circo, a Luneta e oPlaneta, da trupe Sapequinha e Txuu Looso - Raio de Sol e Till, a Sagade um Herói Torto. Todos foram apresentados ao ar livre e levou um público considerável ao Parque Vaca Brava, no sábado pela manhã e à noite.


Foi uma abertura em grande estilo, não só pelas duas atrações deGoiânia, como pela presença mais uma vez do prestigiado Grupo Galpão,de Belo Horizonte. Crianças e adultos se divertiram com a história dospalhaços Boca Aberta e Espoleta que desafiam Sapequinha a salvar o planeta Terra da destruição com suas habilidadesde magia e ilusionismo.


A lenda dos índios carajá, na bem adaptada produção para o teatro de bonecos do GrupoArte & Fogo, de Delgado Filho, foi outro momento importante do festival, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura.


O ponto alto do programa foi mesmo o Grupo Galpão (foto), que trouxe aGoiânia sua mais recente produção. Till, a Saga do Herói Torto, de Luís Alberto de Abreu, é diversão de qualidade. Atores experientes como Inês Peixoto (Till), Chico Pelúcio, Teuda Bara, Eduardo Moreira,Lydia Del Picchia, Arildo de Barros, Beto franco, Simone Ordones dão um show de interpretação e competência ao contar a história de Till, o anti-herói da Idade Média, enganador nato, capaz de se safar das artimanhas que apronta. Inês está hilária no papel de Till, assim como Chico Pelúcio como o Demônio. No formato popular, feito especialmente para a rua, o espetáculo é ágil, envolvente e muito divertido. Dá prazer assisti-lo.

Derrapada
Enquanto a turma do Circo Laheto brilhou em cena no Circo Laheto com a História de Goiás no Picadeiro (apesar do atraso por causa do horáriode verão), a carioca Esther Weitzman Cia. de Dança derrapou no palco doTeatro Goiânia Ouro, com a coreografia O Que Imagino Sobre a Morte. Os bailarinos até se esforçam para responder as questões referentes a finitude da vida. Mas, o espectador ainda está sem uma resposta convincente. Monótono, sem beleza plástica, o espetáculo não decola em momento algum.

Inferno de Dante
Única atração internacional do Goiânia em Cena, o italiano Matteo Belli brilhou no palco do Teatro da PUC Goiás, com a criação cênica do Inferno de Dante. O ator incorpora diversos personagens usando o corpo, a face e a voz. No prólogo de cada cena, ele resume os versos do clássico de Dante Alighieri sobre o inferno a fim de que o espectador, mesmo aquele não conhece o texto, compreenda a história.

Como num passe de mágica, Matteo Belli se transforma nos personagens que descem ao inferno. Sozinho no palco, sem cenário, adereços e efeitos de iluminação, o artista domina toda a cena com uma habilidade impressionante. Inferno de Dante é um excepcional exercício vocal, facial e corporal, feito por um ator carismático e muito envolvente. Formado em Letras na Universidade de Bolonha Itália), Matteo fala com o corpo inteiro. A falta de legenda em português (ele interpreta os versos na língua original do autor, o italiano, e o prólogo em espanhol) não impede que o espectador se envolva na interpretação impecável do artista.


Foto: Grupo Galpão/ Layza Vasconcelos

Um comentário:

  1. Fui, eu e Malu (e procuramos por você) ver o Galpão no Vaca Brava sábado. A-do-rei. E acredita que a gente saiu de lá sem saber se o ator que faz Till era homem ou mulher? Agora, por ti, descobri. rs. Pra mim, perfeito. Mas o que mais me impressionou, mesmo, foi a composição do figurino do pessoal. Maravilhoso!!!!

    Ah! E quero fazer lobby! Vou mandar fotos que fiz do espetáculo pra vc. Quem sabe vc não publica aqui no blog?

    Bjo!!

    ResponderExcluir