sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017



                        ROMEU E JULIETA EM RITMO DE ROCK


 Uma História de Romeu e Julieta


Cinema, teatro, balé, musical  e literatura  exploraram amplamente a história do amor trágico dos adolescentes Romeu e Julieta, os amantes de Verona. Por mais que o tempo passe, a bela história de amor, escrita por William Shakespeare entre 1591/1595 permanece eterna e atemporal, despertando o interesse de pessoas de todas as idades. 

O público jovem tem respondido muito bem à peça E[cs]xtas[y]e – Uma História de Romeu e Julieta, adaptada e dirigida por Wellington Dias,  que estará em cartaz no Teatro Sesc Centro  nesta segunda, terça e quarta-feiras (30 e 31/01 e 1º/02), às 20 horas. Formado por 14 jovens atores, o elenco subiu no palco outras dez vezes. Ao término da temporada, segundo o diretor, o grupo iniciará projeto escola.

E[cs]xtas]y]e exigiu esforço concentrado da direção, da equipe de produção e dos atores, a maioria sem muita experiência de palco. Exigiu ainda a captação de recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, porque sem patrocínio é impossível fazer qualquer produção teatral. Foram meses de leituras e  ensaios, sob o comando do assistente de direção e preparador de atores Edson de Oliveira.  A extensa ficha técnica inclui  coreógrafos, programadores visual e musical, cenógrafo, figurinistas e outros profissionais importantes para o desenrolar da produção.  

A adaptação de Wellington Dias da história de amor de Romeu e Julieta, proibido por causa da rivalidade entre suas famílias, é êxtase em estado puro, que mexe com a sensibilidade e exalta sentimentos. Como aquela “bolinha” que potencializa a euforia e torna as pessoas quase insanas. Apesar do clima de tragédia, o ritmo é de rock. Romeu e Julieta são moderninhos, se comportam e se vestem como qualquer jovem do século 21. Estão super apaixonados. Os três casais escolhidos para viver Romeu e Julieta em sistema de revezamento até se esforçam para expressar todo o sentimento amoroso dos adolescentes. Alguns até chegam a convencer no papel, outros nem tanto. Mas, o que realmente é todo do espetáculo.   
    soasimentos e imenso prazer.na sua imensa paixmais bonitas, Ana Carolin        
Funcionário do Sesc Goiás em tempo integral, Wellington Dias dedicou as horas vagas para fazer a produção, há muito tempo nos seus planos. Na montagem, optou por manter a essência do texto shakesperiano, porém modernizou a linguagem do clássico, originalmente escrito em versos.

 A cena roqueira está no figurino de Layon Berigo e Raquel Gabriela, composto de calças jeans, jaquetas, botas, acessórios de couro, tênis, tatuagens. Na trilha musical, sucessos de ícones do rock como Queen, Pink Floyd, Rihanna, Pitty, Nando Reis, Ana Carolina e até Chico Buarque selecionados  por Adriana Lemes e Paula Bernardes, que assinam  os arranjos, tocam teclados e percussão. Figura excêntrica do rock, Ingrid Lobo toca guitarra. 

Despojado, o cenário é composto por três plataformas sobrepostas que remetem ao castelo onde vivem os personagens. Para a famosa cena do balcão, o diretor optou pelo mezanino do próprio teatro.  Os atores  cantam, dançam, duelam com espadas, se movimentam intensamente no palco. As coreografias foram preparadas por Joisy Amorim e Vanderlei Roncato, do Grupo Giro8 de Dança. 

Elementos da cena contemporânea, a agilidade das cenas e a linguagem moderna tiraram um pouco da comoção que a tragédia de amor sucinta na plateia. Mas, nem por isso o espetáculo se torna menos interessante.  Se Wellington Dias queria levar o público jovem a conhecer e se emocionar com a obra-prima clássica e universal de Shakespeare seu objetivo foi alcançado.  



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