quarta-feira, 23 de maio de 2012

IMPRESSÕES TEATRAIS 1


Eclipse

Estamos no meio do ano e já assisti a dezenas de espetáculos de teatro, dança, música, circo. Seja por obrigação profissional, ou por mero interesse. Algumas me emocionaram como Estamira – Beira do Mundo, de Dani Barros e Beatriz Sayad, e Hécuba, de Gabriel Vilela e Walderez de Barros, que assisti no 21º Festival de Teatro de Curitiba.


Também gostei particularmente de Júlia, da Cia. Hiato, dirigida por Leonardo Moreira. Adaptada da obra prima A Senhorita Júlia, de Strindberg, a peça apresenta uma saga familiar em três momentos diferentes, simultaneamente. Soluções criativas e instigantes do diretor prende o espectador do começo ao fim da peça.

Júlia

Júlia é uma peça ousada, instigante, que rompe as barreiras entre o teatro e cinema. Narra a história de uma adolescente rica que seduz o motorista da família. Um cameraman acompanha todos os movimentos do casal enquanto a peça se desenrola no palco.

Eclipse do Grupo Galpão, de Belo Horizonte, dá continuidade ao projeto Anton Chékhov, iniciado em 2011 com a encenação de Tio Vânia, exibido no Teatro Sesi. Bem adaptado e dirigido pelo russo Jurij Alschitz, o enredo se desenrola a partir de um eclipse solar que desencadeia situações absurdas dos personagens. Mais um ótimo trabalho do grupo mineiro que merece ser visto.

Eclipse do Grupo Galpão, de Belo Horizonte, dá continuidade ao projeto Anton Chékhov, iniciado em 2011 com a encenação de Tio Vânia, exibido no Teatro Sesi. Bem adaptado e dirigido pelo russo Jurij Alschitz, o enredo se desenrola a partir de um eclipse solar que desencadeia situações absurdas dos personagens. Mais um ótimo trabalho do grupo mineiro que merece ser visto.


As peças encenadas pela talentosa atriz Walderez de Barros sempre me despertam o interesse, sobretudo as personagens fortes, que ela interpreta com muita segurança. É o caso de Hécuba, tragédia grega de Eurípedes, adaptada e dirigida pelo admirável Gabriel Vilela, um profissional de primeira linha. Walderez vive Hécuba, a rainha de Tróia, que assiste a morte do marido, dos filhos e a destruição de seu país pelos gregos. Após a conquista de Tróia, os gregos exigem o sacrifício de sua filha Polixena pelas mãos de Odisseu. Desesperada, Hécuba parte para a vingança. É quando Walderez exibe toda a sua exuberante dramaticidade. Cenário e figurinos magníficos, aliados à interpretação impecável da atriz e a direção segura de Vilela, fazem de Hécuba um ótimo espetáculo.



Hécuba
Drama psicológico do americano Stephen Belber, A Confissão conta a história de três amigos que há muito não se veem . Quando se reencontram, segredos e ressentimentos ressurgem do passado, desencadeando conflitos que pareciam esquecidos. Bem alinhavado pelo autor, o texto dirigido pelo cineasta Walter Lima Jr, e o desempenho correto do elenco ( Ângelo Paes Leme, Isabel Guerón e Silvio Guindane) tornam o espetáculo muito envolvente.


Adaptação do documentário de Marcos Prado, um dos vencedores do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), Estamira - Beira do Mundo é um espetáculo solo emocionante. A atriz Dani Barros vive a personagem descoberta por Marcos Prado no Aterro Sanitário do Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, de maneira impressionante. Doente mental crônica, emocionalmente instável, Estamira surpreende pela sua percepção do mundo, às vezes delirante, tensa, real, engraçada e triste. Dirigida por Beatriz Sayad, Dani Barros faz uma personagem verossímel. Se o filme emociona pela realidade atroz de Estamira, a peça não deixa por menos. Dani Barros faz um depoimento emocionado de uma vida de altos e baixos.

Estamira

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