quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A REALIDADE É DOIDA VARRIDA

"A arte, quando é boa, é sempre entretenimento."



(Bertolt Brecht



A REALIDADE É DOIDA VARRIDA é uma belíssimo ritual teatral conduzido e interpretado por Marcos Fayad sobre a obra do poeta, ator, escritor, dramaturgo, ensaísta e encenador francês Antonin Artaud (1896-1948)

Será encenado no anexo do Teatro SESI que que foi cuidadosamente preparada pela cenografia especial do diretor Marcos Fayad. Apenas 30 privilegiados espectadores por noite assistirão ao ritual e eles poderão, para sentirem-se seguros, reservar seus ingressos pelo telefone: 32690808/84626700 e 3219-0800.

Antonin Artaud não precisa de grandes apresentações. Não há no mundo da literatura, do teatro, da filosofia, quem não o conheça pelos seus controvertidos e admirados trabalhos, pelo seu modo peculiar de ser, de se comportar, de ver o mundo a seu redor.

Sobre a sua genialidade, é já grande a obra escrita, apesar de não ser muito fácil encontrar bibliografia traduzida para o português. Interpretar Antonin Artaud é privilegiar personagens com alta carga dramática, prevista no teatro da crueldade, fora das convenções realistas ou das comédias chamadas ligeiras.

O Teatro da Crueldade de Artaud é um lugar onde não haveria nenhuma distância entre ator e platéia todos seriam atores e todos fariam parte do processo, ao mesmo tempo. Por isso, o teatro da crueldade é um ritual, valorizando o gestual e o objeto, trocando o lugar de palco e platéia.

A questão que se coloca é de permitir que o teatro reencontre sua verdadeira linguagem espacial, linguagem de gestos, de atitudes, de expressões e de mímica. Linguagem de gritos e onomatopéias, linguagem sonora, onde todos os elementos objetivos se transformam em sinais, sejam visuais, sejam sonoros, mas que terão tanta importância intelectual e de significados sensíveis quanto a linguagem das palavras.

O Teatro da Crueldade é sobretudo a decisão implacável e irreversível de transformar o homem em um ser lúcido. É dessa lucidez que nasce o novo Teatro. Todo nascimento implica também uma morte. Para dar início ao Teatro da Crueldade será necessário, portanto, cometer um assassinato – o assassinato do velho homem, dissimulado, falso, camuflado, controlado, individualista, solitário.

Este ritual foi roteirizado pelos atores Rubens Corrêa e o diretor Ivan de Albuquerque, ambos cariocas e ambos já falecidos. Ivan dirigiu Rubens Corrêa que encenou Artaud dentro do porão do Teatro Ipanema durante sete longos anos e durante todos esses anos o espetáculo permaneceu lotado e virou um clássico na interpretação sagrada de Rubens Corrêa.

Foi o próprio Rubens que ofereceu o texto ao ator e diretor Marcos Fayad para que o interpretasse quando se sentisse maduro e mais seguro – para o ator este é o momento.

Marcos Fayad quis escapar da ditadura da arte linear e realista que se oferece ao público brasileiro através do teatro de comediazinhas ligeiras ou das telenovelas. Seguiu à risca o que propôs Antonin Artaud não apenas colocando no mesmo plano platéia e ator como também cuidando para que sua interpretação fosse oferecida às pessoas que desejam ver no teatro algo além do realismo simplório de histórias lineares com princípio, meio e fim. O ritual não possui distanciamentos e o ator interpreta olhos-nos-olhos com o público presente à sua frente.

Artaud ensinava: - “O público só acredita no sonho no Teatro se o aceitar realmente como sonho e não como cópia idiota da realidade. Porque o Teatro nunca é cópia nem realidade, mas sempre sonho.”

Este é o tom do novo trabalho do ator e diretor Marcos Fayad.

Ele tem noção absoluta de que não é um espetáculo para ser visto apenas como espetáculo, da mesma forma que só encarando tudo o que vai se passar dentro do espaço da capela como sonho onde ele encontrará o público, será possível se embebedar com as palavras do louco mais lúcido do século XX Antonin Artaud.

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A REALIDADE É DOIDA VARRIDA


do ator/poeta/dramaturgo francês Antonin Artaud

Ritual celebrado e conduzido por Marcos Fayad



Colagem de textos de:

Rubens Corrêa e Ivan de Albuquerque

Sobre:

o ator/poeta/dramaturgo francês Antonin Artaud



Interpretação/Cenografia/Músicas/Figurinos/Direção __Marcos Fayad



Iluminação: _________________________________Alexandre Greco

Programação Visual__________________________Josemar Callefi

Produção____________________________________Cia.Teatral Martim Cererê

Sonoplatia___________________________________Tião Sodré

Assessoria de Imprensa______________________Valbene Bezerra

Montagem de cenografia______________________Enoch Moya

Apoio Cultural SESI / IPHAN



Agradecimentos: Salma Saddi / Vanderlan Cardoso/ Teco Faleiro / Kid Neto / Rinaldo Barra (Studio Barra) /Guto Della Fávera / Tião Sodré / Adib Elias/ Carlos Gouveia/ Valdeluce Teixeira / Cristina Evangelista



SERVIÇO:


Anexo  do Teatro SESI (Av. João Leite, nº 1.013, Setor Santa Genoveva)
Horário: rigorosamente às 21h


Preços: R$40 (inteira) e R$20 (meia)


Apenas 30 espectadores por espetáculo


Reservas podem ser feitas pelos telefone: 84626700 / 3269-0808/3219-0800 





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