quarta-feira, 30 de setembro de 2009

CIRCO LAHETO NO CIRQUE DU SOLEIL




EEsta repórter acompanhou o grupo do Circo Laheto em Brasília a convite do diretor Maneco Maracá no dia 17 de setembro. O Palhaço Sapequinha e a filha Anauara também assistiram a impecável performance do circo canadense, um dos mais conceituados do mundo.

Único da Região Centro-Oeste a integrar a Rede Circo do Mundo Brasil, o Circo Laheto proporcionou aos 120 alunos da sua escola de circo a oportunidade de assistir em Brasília a pre-estreia de Quidam, o novo espetáculo do Cirque du Soleil, que realiza sua terceira temporada no Brasil. Desde o anúncio do convite feito ao coordenador Maneco Maracá, a expectativa entre a garotada, com idade entre 7 e 18 anos, era grande. Eles viveram o sonho da viagem até quinta-feira, quando às 15 horas, da sede do circo no Parque da Criança, ao lado do Estádio Serra Dourada, saíram os três ônibus lotados rumo a Brasília.

Nem os percalços de um dos ônibus quebrar na estrada tirou o bom humor e a alegria de meninos e meninas atendidas pelo programa social da ONG criada por Maneco para atender menores em situação de risco. A convite do Circo Laheto também assistiram ao espetáculo alguns diretores de circos tradicionais como o Romanic, de Pedro e Roberto Menezes, o grupo Bokemboka, de Anápolis, representando por Washington, Júlio Rodrigues e um representante do circo W Brasil.

Maneco e sua equipe de arte-educadores organizaram os mínimos detalhes da viagem, que muitos faziam pela primeira vez longe dos pais. Tudo saiu como o planejado e o grupo se divertiu. Diante da imponência das instalações do Cirque du Soleil, ao lado do Estádio Mane Garrincha, as exclamações eram de pura admiração. Flashs das máquinas fotográficas pipocavam por todos os lados. O circo canadense recebeu as crianças com pipoca e refrigerante de graça. No local, o objetivo é oferecer o que há de melhor ao espectador e envolvê-lo no mundo de magia e encantamento, diversão e alegria do circo. “Isso aqui é um estímulo para meninos e meninos da escola de circo. Eles nunca tiveram a oportunidade de ver um trabalho desse nível. Aqui eles podem se espelhar”, afirma Maneco Maracá. Para ele, é preciso que o circo se renove, recrie suas atrações para conquistar o público. “Há quem diga que o circo morreu. Não é verdade. O que o circo precisa é de incentivo para se renovar”, argumenta.

Preços salgados
O Cirque du Soleil é para poucos . Os preços dos ingressos são proibitivos não só para a criançada do Circo Laheto. O bilhete premium, que dá direito a lugar privilegiado, é vendido a R$ 490. O mais barato custa R$b 190. Mas, vale a pena, e o grupo do Laheto não teve do que reclamar. O pequeno Hugo Bittencourt Morais, 6 anos, adorou o passeio e o espetáculo. “Foi a melhor viagem que fiz e o show mais bonito que vi”, revelou dentro do ônibus de volta a Goiânia, pouco depois da meia-noite. Palhaço do Circo W Brasil, instalado em Teresópolis, Websley Almeida de Souza, encantou-se com as modernas técnicas circenses exibidas pelo Soleil. “Isso aqui pode servir de base para o nosso trabalho”, diz o artista, que já é a terceira geração circense de sua família.

“Um dia eu chego lá” brincava Danilo Lúcio, 14 anos, que achou tudo “muito bonito, um luxo”. Realmente, tudo é muito luxuoso no Cirque du Soleil. Os 10 números apresentados não diferem dos circos tradicionais. Tem palhaço interativo, trapezistas, malabaristas, diabolô, lira, roda alemã, tecido acrobático, equilibristas, cordas, ginastas e outros profissionais com performances de tirar o fôlego. A diferença está na elaboração impecável dos quadros, na originalidade das atrações, nos efeitos especiais criados com a mais moderna tecnologia. Além do conteúdo envolvente da história da menina ignorada pelos pais, que mergulha na imaginação para encontrar amigos que lhe dêem atenção, a iluminação, a trilha sonora tocada ao vivo por uma orquestra e os artistas que superam suas habilidades contribuem para a perfeição do espetáculo. Cenários, palco giratório, poço e outros recursos cênicos são outros fatores que não se deve deixar de registrar.

Por meio do seu projeto social, o Cirque du Soleil oferece oficinas para artistas de circos integrantes da Rede Circo do Mundo Brasil. “Eles ajudam muito as escolas de circo, ensinam técnicas, metodologia e conteúdo pedagógico circenses. As oficinas são excelentes formas de integração entre os artistas”, conta Peró de Andrade, da Escola Sua Majestade O Circo, de Maceió, que participou dos cursos em Salvador. Para a pré-estreia são convidadas escolas da rede pública de ensino, de circo (como a Laheto), operários e suas famílias que trabalham na montagem da estrutura, imprensa, patrocinadores e colaboradores.







quarta-feira, 16 de setembro de 2009

CENA CONTEMPORÂNEA - FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BRASÍLIA

A cantora africana Angelique Kidjo encerrou o festival com um show empolgante na praça do Museu da República



Não posso deixar de registrar aqui a minha presença no Festival Internacional de Teatro de Brasília, a convite da organização, de 11 a 13 de setembro. Em três dias, assisti quatro das 23 peças do extenso e diversificado programa, que incluiu também shows com artistas internacionalmente consagrados, oficinas, debates, seminário e fórum.

Há dois anos em cartaz, a premiada peça Aqueles Dois, da Cia. Luna Lunera, de Belo Horizonte, foi um dos melhores trabalhos que pude ver. Baseado na obra de Caio Fernando Abreu, o espetáculo apresenta um elenco afiado, montagem e direção bem construída pelo próprio grupo. O enredo fala da solidão cotidiana de dois funcionários de uma repartição. A amizade e o companheirismo dos dois gera incômodo entre os colegas, preconceito e muita fofoca. Um ótimo trabalho dos atores Cláudio Dias, Marcelo Souza e Silva, Odilon Esteves e Rômulo Braga.

Atriz consagrada Georgette Fadel (ela esteve em Goiânia com o premiado Gota D´Água no Palco Giratório do Sesc) dirige Cem Gramas de Dentes, do premiado dramaturgo Bosco Brasil. Interpretado pelos atores Jorge Vermelho e Marcelo Matos, da Cia.Azul Celeste, de São José do Rio Preto (SP), o texto remete à obra de Plínio Marcos Dois Perdidos Numa Noite Suja. Intenso, arrebatador, às vezes chocante, o espetáculo baseia-se na história de um matador profissional. Acuado pela polícia, ele pede a presença de um líder comunitário para negociar sua rendição. O embate entre os dois personagens é o ponto alto da encenação, que exige muita entrega dos atores.

Eldorado, trabalho exemplar do ator Eduardo Okamoto, de Campinas (SP), foi outro bom momento do Cena Contemporânea. Além da interpretação, a concepção e a pesquisa foram feitos pelo próprio artista, que convidou Santiago Serrano para fazer a dramaturgia e Marcelo Lazzaratto para dirigi-lo. Trata-se da história de um homem cego que sai à procura do tempo e de lugares. Okamoto é um ator impecável que consegue envolver o espectador na sua história repleta de humanidade e emoção.

Muito respeitados em Brasília, os irmãos Adriano e Fernando Guimarães fizeram parte da grade de programação com A Casa, de Federico Garcia Lorca. O preto e o branco predominam no cenário, no figurino e nos objetos de cena. O consagrado texto do poeta e dramaturgo espanhol ganhou montagem caprichada dos diretores. Mas, não fugiu do convencional . No quesito interpretação, algumas atrizes deixaram muito a desejar.

Ponto alto do festival, que este ano chegou a décima edição, os shows com Hamilton de Holanda e o acordeonista francês Richard Galleano (considerado o melhor do mundo) levou milhares de pessoas à praça do Complexo Cultural da República. O empolgante show da cantora Angelique Kidjo, do Benin (África), encerrou os 12 dias de festival, que teve espetáculos de Israel, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Argentina, Uruguai, França e Brasil.

Um dos mais importantes do País, o Cena Contemporânea 2009, segundo estimativa da produção, contou com um público estimado em 35 mil pessoas. Oorganizado pelo produtor e ator Guilherme Reis, o festival conta com vários patrocínios, entre eles da Petrobras e do Banco do Brasil.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A BELA E A FERA

Musical: A Bela e a Fera
Texto: Jeanne Marie Leprince
Direção: Billy Bond
Elenco: Andressa Andreatto, Ivan Parente e outros

Produção esmerada, com cenários e figurinos luxuosos, efeitos cinematográficos em 3D com imagens tridimensionais e ilusionismo, o musical A Bela e a Fera tem feito o maior sucesso desde que estreou em São Paulo. A produtora Black & Red Produções investiu cerca de R$ 5 milhões para contar no palco a história de amor de Bela e do príncipe que virou Fera por obra de um feitiço, escrita no século 18 pela francesa Jeanne Marie Leprince.

Dirigida por Billy Bond, a companhia já apresentou-se em dezenas de cidades, entre elas Goiânia. Vinte e dois atores interpretam 40 personagens, usam 180 figurinos diferentes, cantam e dançam nos quatro cenários giratórios. Ilusionismo e efeitos visuais remetem ao clima de magia e encantamento, ingredientes indispensáveis nos contos de fadas.

Acostumados à estrada e com experiência de sobra em musicais, o elenco, encabeçado por Ivan Parente, Andressa Andreatto, Marcio Yacoff, Jean D’Andrade, Adriana Fonseca e muitos outros, cantam, dançam e interpretam seus personagens ao vivo e em cores com muita competência. A adaptação feita por Marise Monteiro, Billy Bond e Lilio Alonso mantém a originalidade da obra, que encanta gerações há vários séculos, sem soar piegas. Cantora e atriz Andressa Andreatto faz uma Bela delicada e simpática. Se não chega a assustar com sua máscara de “fera”, Ivan Parente surpreende ao se transformar em príncipe.