Curitiba foi e continua sendo minha escola de teatro. Maior vitrine do teatro brasileiro, o Festival de Curitiba me dá oportunidade de conhecer o trabalho de atores, diretores e grupos de praticamente todo o País e até do exterior. Das 18 edições até agora (2009), participei, como convidada, de pelo menos 12.
Fui pela primeira vez em 1996, incentivada pela editora do Caderno 2, Karla Jaime. Fiquei uma semana assistindo peças e palestras, uma delas, com Gerald Thomas, na época considerado o mais polêmico e genial diretor em atuação. Lembro-me de que quase todos os jornalistas saíram do teatro. Eu fiquei até o fim. Queria saber mais sobre o seu trabalho no Brasil e no exterior. Para minha decepção, Thomas falou o tempo todo sobre si mesmo, e quase nada do seu método de trabalho. Foi um desperdício de tempo. Em outra oportunidade, estive novamente com ele. Assisti duas de suas criações e participei da coletiva, convocada por ele, para falar sobre sua participação no festival.
Qual nada. A entrevista era para reclamar da produção do evento, ridicularizada por ele em pleno palco do Teatro Guairinha, ao vivo e em cores. Na platéia, como espectadora, encontrava-se a crítica Barbara Heliodora, do jornal O Globo, com quem ele travara uma discussão acalorada pelas páginas do jornal. Barbara ousara falar mal de um de seus trabalhos. Não me empolguei com seus espetáculos. Naquela edição (não me recordo mais qual delas), Gerald Thomas foi o assunto principal entre os jornalistas, inclusive eu que fiz uma ótima matéria para o Caderno 2. O assunto rendeu.
Atores e diretores
Em Curitiba, entrevistei os grandes diretores do teatro: Antonio Abujamra (alterado, provocador, impaciente), Antonio Araújo (Apocalipse 1.11), Gabriel Vilela (verdadeiramente mineiro, diplomático), Mauro Rasi (saudosa lembrança), Naum Alves de Souza (Aurora da Minha Vida), Fernando Bonassi (extremamente bem articulado), Cláudio Botelho (memória invejável, atencioso, falante), João Falcão (criatividade à flor da pele), Antunes Filho (impaciente) e muitos outros.
O Festival de Curitiba é uma mistura de sotaques, de tribos proveniente de todos os lugares. Palco de estreias, de pesquisas das linguagens cênicas, das experimentações, das das simples encenações às mais sofisticadas produções, que depois vão percorrer o País. De lá saem os espetáculos que vão iniciar temporadas no Rio e em São Paulo, e depois percorrer o País.
Nos seus 18 anos de existência, o Festival tornou-se uma referência para atores, diretores, produtores, críticos e jornalistas. Todos se encontram nos hoteis, teatros, no Memorial de Curitiba (fervilhante ponto de encontro, onde fica a assessoria de imprensa), no sobe e desce no Largo da Ordem, no Solar do Rosário durante o almoço ou o café colonial (comida maravilhosa que todos adoram), na feirinha do domingo.
Nos 12 dias do festival, o assunto só gira em torno de teatro.
Além das entrevistas com atores e diretores, o bate-papo com colegas jornalistas de praticamente todo o País enriquece nossos conhecimentos. A troca de experiências é sempre muito saudável. Por meio deles ficamos conhecendo os grupos de suas cidades. Há sempre uma sugestão, a indicação de algum espetáculo.
Lá tenho a oportunidade de assistir espetáculos que jamais passam por Goiânia, e ver no palco o trabalho de grupos referência do teatro: Galpão (BH), Armazém (RJ/PR), Tapa, Parlapatões Patifes & Paspalhões, Intrépida Trupe, Cia. dos Atores, e astros como Paulo Autran (sempre reverenciado), Luís Mello, Raul Cortez, Luís Carlos Vasconcelos, José Wilker, Walderez de Barros, Cássia Kiss. E outros que despontam como grandes nomes das artes cênicas atual: Mário Bortolotto (PR), Newton Moreno (dramaturgo pernambucano), o premiado Marcos Barbosa, do Ceará, e Luiz Fernando Marquez, do Grupo XIX de Teatro, de São Paulo. Grace Passô, de Belo Horizonte e muitos outros.
Val, que bom conhecer seu blog! Te admiro tto! Como profissional, como ser humano! Como você é boa no que faz!!!
ResponderExcluirBjo enorme pra ti! O blog tá super bacana!