PONTOS
POSITIVOS E NEGATIVOS DAS ARTES CÊNICAS EM 2013
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Tainara Carareto e Gabriel Côrtes: Segundo |
Não é fácil organizar uma lista de
melhores e piores espetáculos. As opiniões sempre se dividem, e a lista agrada
a uns e desagrada a outros. Por isso, optei por apontar pontos positivos e
negativos das artes cênicas em Goiânia no ano que termina. É sempre importante registrar os bons momentos, os acontecimentos relevantes e os
espetáculos que valeram a pena assistir. Os que decepcionaram, evidentemente,
ficam de fora.
Os festivais de teatro foram a vedete do
ano. Conquistaram espaço na mídia e levaram
enormes plateias aos espaços teatrais,
praças, parques, ruas e avenidas. Organizados por grupos independentes, como o
Grupo Bastet com o seu divertido festival Na Ponta do Nariz e a Galhofada,
organizada por um grupo de artistas comandados por Marcos Lotufo, da Oficina
Cultural Geppetto, os eventos se
consolidam como ótimas opções para os grupos, atores e produtores, conquistando
públicos ávidos por novidades. No decorrer os festivais, são oferecidas
oficinas, workshops, debates, lançamento de livros, exposições e feiras. Além
disso, há grande integração de artistas de várias partes do País e até do
exterior.
A temporada 2013 começou morna com uma
apresentação aqui outra ali, sem prometer coisa boa. O mau prenúncio dissipou-se
quando o SESC Goiás divulgou a
programação da segunda edição do festival Aldeia Diabo Velho, apresentando estreias
interessantes de artistas goianos e espetáculos de qualidade da cena nacional,
como o Grupo Galpão, com o espetáculo de rua Os Gigantes da Montanha. Promovido
pela instituição do comércio, o evento surpreendeu. Com orçamento folgado e
curadores experientes, obteve um resultado altamente positivo.
Outras surpresas viriam a seguir.
Entre elas, os festivais do Grupo Sonhus Ritual (teatro) e Paralelo 16 (Dança),
ambos com diversidades de estilos e linguagens. A decepção ficou ponta do tradicional Festival
de Artes Cênicas Goiânia em Cena. Dividido
em dois atos, o evento “deixou” para dezembro os espetáculos de Goiânia.
Prejudicados pela precária divulgação e a chuva que caiu durante todo o mês, as
produções receberam pouca atenção do público. Organizadora do festival, a
Secretaria Municipal de Cultura fez suspense sobre a grade de programação, segurou
o programa de divulgação e apostou no boca a boca. A demora prejudicou a divulgação, e o público não apareceu na maioria dos
espetáculos.
Adiada inúmeras vezes e aguardada com
expectativa, a reabertura do Centro Cultural Martim Cererê decepcionou a classe teatral. Aberto o portão, constatou-se a “maquiagem” feita no simpático espaço cultural, entregue
novamente às bandas de rock. Reaberto a duras penas, o Teatro Goiânia é a visão
mais triste da cultura goiana. Mais querido teatro de Goiânia, o espaço tem
funcionado quase na “marra” sem equipamentos adequados e com número reduzido de
servidores. A falta de estacionamento é outro problema insolúvel que acaba
afastando o espectador e a programação não tem proporcionado grandes momentos. A tão festejada
Vila Cultural que deveria contribuir
para melhorar a imagem do espaço até agora não mostrou grande serventia.
Que venha 2014 com
muitas atrações, alegria e diversão.
DESTAQUE
TEATRO
- A Lição, Eugène Ionesco, Cia. Cênica
Nossa Senhora dos Conflitos
- Olga, Teatro GTI – Núcleo de
Investigação Cênica
-
Travesseiro, Grupo Arte & Fatos, Danilo Alencar
DANÇA
-
Segundo, Tainara Carareto e Gabriel Côrtes
- Por 7 Vezes, Henrique Rodovalho, Quasar Cia.de Dança
- Rockin Corpo, Marcos Bonfiglioli, Das Los Cia. De Dança
REVELAÇÃO
- Bailarinos Tainara Carareto e
Gabriel Côrtes em Segundo
ATOR
- Ivan Lima, Don Fernando
ATRIZ
- Valéria Liveira, Olga
DIREÇÃO
- Sandro di Lima, A Lição
TRILHA SONORA
- Ney Couteiro, Travesseiro
FIGURINO
-Cássio Brasil, Por 7 Vezes – Quasar
Cia. De Dança
CENOGRAFIA
-Shell
Júnior, Por 7 Vezes – Quasar Cia. De Dança
ILUMINAÇÃO
- Henrique Rodovalho, Por 7 Vezes,
Quasar Cia. De Dança
Foto: Lu Barcelos
Colaboração: Gilson P.Borges/Marci Dornelas