segunda-feira, 15 de agosto de 2011

DESABAFO

Depois do desabafo do diretor Marcos Fayad, da Cia. Teatral Martim Cererê, contra a mídia goiana que pouco espaço concedeu à estreia de seu mais recente espetáculo Puro Ouro Brasileiro, no Teatro Sesi, em maio, o editor da Gyn Cultural,  guia da programação local de shows, artes cênicas, literatura, cinema, palestras e  cursos. Gilson escreveu ao Popular fazendo considerações sobre a edição do jornal, que segundo ele, dedica pouco  espaço  às produções goianas. Na sua opinião, não só o Popular, mas as rádios, outros jornais e  os canais de TVs deveriam dar mais atenção aos artistas regionais.  

Leia abaixo a íntegra da carta que Gilson P. Borges enviou ao caderno Magazine, do jornal O Popular,  principal veículo de divulgação da arte feita em Goiás, no dia 13 de agosto.    


Prezados Senhores,


" Sou leitor e assinante do jornal O Popular. A seção de maior interesse, para mim, no referido jornal, é o “Magazine”, mas, infelizmente, a função desta mensagem não é elogiar o trabalho de vocês, e sim apontar problemas que têm se tornado cada vez mais frequentes, conforme relação abaixo detalhada:

1. A nova diagramação da seção “Acontece” piorou bastante. A colocação de 2 ou 3 notícias, dentro de uma mesma caixa, na parte superior da seção, às vezes, torna difícil a identificação do início e término de cada notícia, já que, em alguns casos, sequer há título para a coluna. Na parte central, uma coluna inteira é desperdiçada, com a colocação única do símbolo “>>”, totalmente dispensável e irrelevante;

2. Conheço muitas pessoas que compram o jornal no final de semana para saber a programação cultural. Entretanto, uma prática bastante comum no jornal, ultimamente, é publicar na sexta matérias sobre eventos que ocorrerão no sábado ou domingo. Ou seja, quem não leu o jornal na sexta acaba não tendo acesso a matérias que gostaria de ler no dia em que o evento realmente vai ocorrer;

3. O trabalho dos jornalistas também têm deixado muito a desejar, já que grande parte das matérias é a simples reprodução dos releases enviados por quem solicita divulgação, ou textos divulgados por agências de notícias. Tem sido publicada uma grande quantidade de notícias “de fora”, em detrimento de notícias sobre a cultura produzida ou que acontece em Goiás. Por exemplo, na edição de hoje (13/08), quatro peças teatrais em cartaz em Goiânia foram apenas mencionadas em “tijolinhos”, ao passo que uma página inteira foi dedicada a artigos sobre lançamento de CD e livro de Ednardo (não em Goiânia), lançamento de CD de Antônio Adolfo (não em Goiânia) e, vejam só, lançamento de CD de André Mehmari (NO JAPÃO!!!). Por que reproduzir matérias de agências de notícias que já foram publicadas em outros veículos de comunicação e deixar de fora, ou simplesmente menosprezar, ou ignorar, os eventos culturais que ocorrem com frequência cada vez maior em Goiânia e Goiás? Por que não fazer matérias de verdade sobre estes eventos, ao invés da cômoda reprodução de releases? Por que desperdiçar, ainda, semanalmente, páginas interiras com matérias completamente irrelevantes sobre "moda", que só interessam aos donos de loja que têm seus produtos expostos nas fotos publicadas?

4. Há descuido até com as tirinhas cômicas, que, com frequência, são repetidas em dias consecutivos.

Consultando exemplares antigos de O Popular é possível notar uma piora na qualidade do conteúdo e formato do caderno Magazine e foi isto que me levou a destacar os pontos acima listados."

Atenciosamente,

Gilson Pedro Borges

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