sábado, 11 de dezembro de 2010

O QUE FALTA AO TENPO ?

Quem acompanha a Mostra Nacional de Teatro de Porangatu – TeNpo desde a primeira edição nota pouca diferença no seu formato, que continua o mesmo de nove anos atrás: espetáculos e oficinas, espaço físico e formação de plateia. Principal ponto de referência da mostra, o Centro Cultural em nada mudou. A lona de circo cedeu lugar a um teatrão desmontável, que na edição 2010 diminuiu de tamanho para melhorar a climatização e a acústica.

No entanto, parece que o fervor demonstrado pelo público nas edições anteriores diminuiu consideravelmente. Senti a plateia reduzida, inquieta (o entra e sai de gente nos teatros durante o espetáculo chega a irritar) menos participativa, reduzida até, revelando mesmo uma certa apatia. Algumas pessoas creditam a ausência do animado Grupo Charanga, comandado pelo ator/diretor Cristiano Mullins, à falta de entusiasmo. Pode ser, mas não é só. O vídeo exibido no início de cada espetáculo no chamado Teatrão não despertou o interesse do público.

Outras pensam que a mostra precisa ser reformulada, circular por outras cidades, contemplar outras plateias. Ou será que o fato de a programação investir menos nas comédias, tipo besteirol (dizem ser o estilo preferido daquele público) de astros globais e mais nas produções de grupos regionais?

Divididas em dois momentos – um para atores de Goiânia e outro para Porangatu – as oficinas ministradas em três dias oferecem em curto espaço de tempo noções de como trabalhar a arte. Apesar de bem elaboradas por profissionais do teatro, são rápidas demais. Este ano, a grade do TeNpo ganhou uma discussão importante: a Interiorização e as Políticas Públicas para a Cultura, conduzida pelo Conselho Estadual de Cultura e Federação de Teatro de Goiás (Feteg), a convite do grupo Trem de Doido o que significa um certo avanço para que a cultura chegue a outras cidades também.

Então o que falta ao TeNpo? Eis um ponto importante para discussão. Está aberto o debate. Vamos refletir sobre o festival.

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