domingo, 25 de setembro de 2011

CIRCUITO DA CENA GALPÃO CINE HORTO

Terminou domingo à noite a Mostra Circuito da Cena do Galpão Cine Horto, no Teatro Sesi. Nos três dias da mostra, 12 espetáculos foram apresentados e debatidos.  Seis cenas curtas vieram de Belo Horizonte, Porto Alegre e Belém. As  outras seis eram de  Goiânia. Das seis cenas goianas, apenas uma merece destaque: O Bailado Primaveril, do jovem ator Marcos Paulo Moreira. O garoto mostrou q. tem talento. É bom prestar atenção nele.
As demais apresentaram textos fracos e interpretações idem.  Uma lástima.  Além de Bailado, salvaram-se  Amostra Grátis, de Ana Fuchs (RS),  As Rosas do Jardim de Zula (BH) e Sobre-Viventes (BH). Pela organização e o profissionalismo da mostra , a equipe do Galpão Cine Horto (um dos melhores grupos de teatro do País) demonstra que não brinca de fazer teatro. Teatro para eles é coisa muito séria.       

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

BALADA DE UM PALHAÇO

Não recordo mais quando escrevi essa matéria no Magazine do Popular. Só sei que já faz muito tempo. Hoje, depois de assistir a duas sessões de Balada de um Palhaço, no Teatro Sesi, ressalto a beleza do espetáculo tão bem produzido e dirigido por Danilo Alencar. Depois de cinco anos em cartaz a montagem está bem melhor, mais dinâmica, ágil  e envolvente. Bruno Peixoto e Edson de Oliveira possuem uma sintonia perfeita no palco.

 Danilo acrescentou pequenos detalhes, como o teatro de sombras, que fazem toda a diferença. Os figurinos deslumbrantes de Rosi Martins e o cenário remetem a um circo descadente. Bobo Plin, com toda a sua simplicidade, é o mais fiel retrato de Plínio Marcos, o autor do texto, que começou a carreira como palhaço de circo e amargou muita dificuldade até consagrar-se como o dramaturgo que melhor retratou o chamado "mundo cão".

Indicado ao vestibular 2012 da PUC Goiás, Balada de um Palhaço deve voltar ainda muitas vezes ao palco. Recomendo a quem vai fazer o vestibular e a quem não vai. Balada é um dos bons momentos do teatro feito em Goiás.  

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Fotos: Gilson P. Borges

Escrito pelo dramaturgo Plínio Marcos, em meados dos anos 1980, Balada de um Palhaço ganhou produção do Grupo Arte & Fatos, da Coordenação de Arte e Cultura da UCG, em 2006. Dirigida por Danilo Alencar, a peça já cumpriu extenso calendário de apresentações em Goiânia, Ceará e Sertãozinho, interior de São Paulo, onde participou de festival de teatro. Nesta quinta, a peça entra em cartaz no Centro Municipal Goiânia Ouro.


Produzido com o Prêmio Miriam Muniz de Teatro, da Funarte/Ministério da Cultura e Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o espetáculo comemora os 17 anos de criação do Arte & Fatos, um dos mais estáveis grupos de teatro de Goiás. Para a produção, Danilo cercou-se de profissionais experientes: os atores Bruno Peixoto e Edson de Oliveira, a atriz figurinista Rosi Martins e o cenógrafo Paulinho Pessoa. Danilo também convocou o maestro Jarbas Cavendish, seu parceiro em um CD musical, para compor a trilha sonora.

O resultado de toda a produção não poderia ser melhor.

Balada de Um Palhaço é um dos melhores trabalhos do grupo, que aos poucos foi conquistando o seu espaço contornando dificuldades e disputando festivais importantes. O reconhecimento veio na forma de prêmios com o monólogo A Clara do Ovo, Herdeiros de Zumbi e Toca, Marilis!. Com direção segura de Danilo Alencar e atores em bons desempenhos (especialmente Bruno Peixoto), Balada tem outras qualidades: o texto de Plínio Marcos, a música original de Cavendish, os figurinos de Rosi e a cenografia de Paulinho.



História

Escrito em 1986, a peça narra a história de dois palhaços, Bobo Plin (Edson de Oliveira) e Menelão (Bruno Peixoto), donos de um circo decadente, único meio de sobrevivência dos dois atores. Enquanto Menelão só pensa em lucro para escapar da falência, sem preocupar-se em explorar o trabalho alheio, o ingênuo palhaço Bobo Plin procura meio de escapar da profissão, que exerce por pura necessidade de sobrevivência.

Em certos aspectos, Balada de Um Palhaço difere de outras obras do autor de Navalha na Carne e Dois Perdidos Numa Noite Suja, durante a maior parte de sua vida considerado um autor marginal, por focar seus textos no chamado mundo cão, na marginalidade, das prostitutas e dos cafetões.

O texto emociona pela poética da narrativa, que explora com sensibilidade e humor sutil as fraquezas humanas, a luta do homem em busca da realização pessoal e da felicidade. Plínio Marcos conhecia muito bem o universo em foco, a opressão da pobreza, da ambição desmedida, a violência do dia-a-dia. Antes de consagrar-se como dramaturgo, circulou pelo mundo marginal da chamada Boca do Lixo, em São Paulo, de onde muitos tentam escapar, assim como Bobo Plin, que sonha em fugir no circo decadente de Menelão. Não é à toa que os personagens de suas obras se confundem com o mundo real.

A primeira viagem de Balada em 2007 foi para o Ceará. No início do ano, o grupo participou da Mostra Sesc Cariri de Artes, integrando uma trupe de 120 companhias de teatro de todo o País. Depois da Calourada, no Teatro da UCG, do Festival de Teatro de Sertãozinho e da temporada no Teatro Goiânia Ouro (todas as quintas-feiras de maio), o Arte & Fatos vai pegar a estrada para apresentar-se em outras cidades. (Valbene Bezerra)



Peça: Balada de um Palhaço

Texto: Plínio Marcos

Direção: Danilo Alencar

Elenco: Grupo Arte & Fatos

Data: Nesta quinta-feira (03), às 21 horas

Local: Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro (Rua 3, esq.c/Rua 9, Centro.

Ingressos: 10 reais. Estudante paga meia