quinta-feira, 28 de junho de 2012

SONHOS



"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Más há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado." 
                                                                               (William Shakespeare)  

sexta-feira, 22 de junho de 2012

ÉDITH PIAF VIVA NA VOZ DE SABAH MORAES



Quase cinquenta anos depois de morte, as canções de amor e a interpretação visceral da cantora francesa Édith Piaf continuam a emocionar. Ouvir Piaf remete a um tempo que já vai longe, faz sonhar, aflora a emoção. Cantora de voz inconfundível e tão afinada quanto a própria Piaf, Sabah Moraes ousou cantar Édith Piaf. Transpôs barreiras, e venceu o desafio com muita competência.

No dia 29 de maio, a cantora nascida na Ilha do Marajó e com forte sotaque paraense, transformou o palco do Teatro Sesi em um charmoso cabaré parisiense. O vermelho intenso predominou na cenografia criada por Paulinho Pessoa, que investiu nos lustres para completar a decoração do ambiente que remete às sofisticadas casas noturnas de Paris. A iluminação desenhada por Rodrigo Assis deu requinte ao cenário. Sabah vestiu-se elegantemente de renda preta, e deu toque francês à apresentação arrebatando a plateia.

Responsável pela direção musical, o violonista Ney Couteiro montou uma pequena orquestra, formada por Henrique Reis (piano e acordeon), Marcos Silveira (violino), Pedro Cruz (violino), Cindy Folly (viola), Adriana Losi (flauta) e Bruno Rejan (baixo) para acompanhar a cantora, e elaborou arranjos exclusivos para cada música . A direção artística de Danilo Alencar, do Grupo Arte & Fatos, da PUC Goiás, deu um toque especial ao espetáculo. Sabah movimentou-se com desenvoltura no palco sob o comando do diretor, que levou para o show sua experiência teatral enriquecendo a produção.

Quando as cortinas foram abertas, o público viu que não se tratava de um show qualquer com músicas de uma cantora famosa, morta aos 47 anos em 1963, em Paris. Um vídeo em preto e branco de Édith Piaf cantando Hymme à L´Amour (uma de suas mais belas canções), sinalizou o que viria a seguir. Sabah completou a canção em português, e na sequência sintetizou o amplo repertório da francesa, pinçando sucessos como La Vie em Rose, L´Accordéoniste, Padam Padam, Non Je Ne Regrette Rien, La Foule, La Valse d´Amour e outras, sem direito a bis.

Formada em Canto Lírico, com vários CDs gravados, compositora, atriz, poeta e educadora, Sabah Moraes mergulhou de cabeça na produção proposta pelo Teatro Sesi. Ao aceitar o desafio, sua primeira providência foi aprimorar o francês, e decorar as letras enormes de cada música. Surpreendeu o público com a interpretação magistral do repertório do “pequeno pardal francês”. Pura e bela ousadia! Só a incrível Bibi Ferreira ousou tanto.


Foto: Josemar Callefi